Muitos curiosos encheram este domingo, no Gerês, a zona envolvente da antiga aldeia comunitária de Vilarinho da Furna, afundada há 51 anos para construção da barragem. A partir das praias fluviais, alguns foram a nado conhecer por dentro as casas descobertas este verão devido à seca que baixou bastante o caudal do rio Homem.
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O casario em granito já se vê quase na totalidade, sendo possível, nos últimos dias, visitar a pé as antigas habitações, mas quem estava na praia fluvial da Quinta do Padre Outeiro e quis arriscar, aproveitando o calor (quase 40 graus) verificado durante este domingo, naquela zona do Gerês, foi a nado ou em pequenos barcos, para ver melhor.
Ao mesmo tempo, os pontos mais altos das velhas casas, muitas das quais ainda em bom estado, apesar de afundadas há mais de meio século, serviam de "pranchas" para mergulhos de cabeça no rio Homem, atividades que duraram até final da tarde.
Desde manhã cedo, começaram a afluir famílias e grupos de turistas até ao único acesso, portajado, de Vilarinho da Furna. Alguns deles, aproveitaram também para se banhar, nas três praias fluviais da margem direita do rio Homem, no nordeste de Terras de Bouro, num enclave entre as Serras do Gerês e Amarela.
A enchente verificou-se já de tarde, com a chegada de dezenas de turistas, quase todos portugueses, incluindo emigrantes em férias, atraídos por notícias dando conta que se pode observar o essencial da antiga aldeia, com pormenores da povoação empedrada que já não eram visíveis há cerca de dez anos.
Este verão, a seca generalizada colocou a descoberto quase todo o casario de granito, onde até finais dos anos 60 do Século XX residiam cerca de 250 pessoas, distribuídas por meia centena de famílias e igual número de moradias.