De dois em dois anos, o Festival Islâmico leva para as ruas de Mértola o legado muçulmano, que marca cinco séculos da sua história, visando respeitar a identidade de uma iniciativa que já atravessou fronteiras. A Câmara Municipal está a trabalhar na montagem da 13.ª edição, que pretende que seja perfeita.
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Em articulação com entidades locais, nacionais e internacionais, o Município tem como objetivo assegurar mais uma edição "com qualidade e rigor”, que terá lugar entre 22 e 25 de maio, espalhando pelo centro histórico, mais conhecido como “Vila Velha”, e por artérias e instalações da parte mais nova da localidade, conhecidos como “Rua Larga e Rossio”.
A “Vila Museu”, como é conhecida Mértola, promove o encontro entre culturas, apoiado num programa muito diversificado, onde o souk (mercado tradicional muçulmano) e os cabedais se juntam aos tecidos djelabas (túnicas tradicionais do Magrebe), cruzados com o aroma dos incensos, numa fusão com o chá de menta e das tâmaras.
As exposições, conferências, espetáculos e oficinas, dão ao Festival Islâmico uma temática única, num evento que não tem recreações históricas, mas onde se pode desfrutar da realidade do Magrebe, através dos vendedores, com quem se podem regatear preços, artistas e produtores de alimentos.
A multiculturalidade do evento “obriga” à junção dos sons do Al-Andalus e do Magrebe, com as vozes portuguesas e da música tradicional do Alentejo, como se de uma só região se tratasse e aos vários palcos espalhados pela vila, com destaque para o cais junto ao rio Guadiana.
Inaugurado na anterior edição, o Hamman de Mértola, um espaço situado no largo principal da vila, terá programação própria, para desfrutar da cultura islâmica e beber um chá num espaço com decoração marroquina.
O Museu de Mértola, um espaço que se espalha por 14 núcleos, a Igreja Matriz (uma antiga mesquita), a Alcáçova do Castelo, a Casa Islâmica e o núcleo museológico de Arte Islâmica são locais a descobrir durante o Festival Islâmico.