Com o bom tempo a ajudar, não têm faltado clientes à Feira de Gastronomia de Vila do Conde. Há petiscos de todo o país para saborear até dia 28 de agosto.
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"As pessoas estavam sedentas de comer fora!", atira, sorrindo, Nuno Machado. Ali, n" "O Académico", de Bragança, a vitela mirandesa, o porco bísaro e o fumeiro de Vinhais são reis e senhores. Por estes dias, o restaurante muda-se para Vila do Conde e assenta arraiais na Feira de Gastronomia.
O espaço é "muito agradável", "o S. Pedro está a ajudar" e a feira, que começou na sexta-feira, arrancou com o pé direito, depois de dois anos de interregno forçado pela pandemia. São 70 stands, seis restaurantes, cinco petisqueiras e várias tabernas para ver e saborear até dia 28.
"O Académico" tem uma equipa "extra" só para fazer feiras. São cerca de 20 por ano. Nuno, que cresceu no meio dos tachos e das brasas, no restaurante dos pais, toca hoje as feiras e, por esta altura, passa quase três meses fora de casa com a cozinha às costas.
"Na semana passada estivemos nos Açores e em Cantanhede. Agora aqui. Depois o Algarve", explica Nuno, que fez ali a primeira feira, em 1999, com apenas 20 anos, na 1.ª edição do certame. De Trás-os-Montes vem "quase tudo": a carne, os enchidos, o vinho, as hortaliças. Só o pão é feito em Vila do Conde, mas com a receita que trazem de casa. Quem prova diz que é como estar em Bragança e a verdade é que, às 17 horas, ainda havia gente a almoçar (ou lanchar) e Nuno continuava de volta do assador, que não parou desde o meio-dia.
Espalhados pelos 11 mil m2 de recinto, nos jardins da Avenida Júlio Graça, há 70 stands, cinco restaurantes regionais, cinco petisqueiras, várias tabernas e um restaurante temático. Do pão aos bolos, biscoitos ou doces conventuais, passando pelos enchidos, queijos, compotas e marmeladas, ervas aromáticas, mel, azeite, chás, vinhos e licores é uma verdadeira viagem pelo país sem sair de Vila do Conde. À noite, o folclore anima.
Neste ano, o centenário da primeira travessia aérea do Atlântico Sul inspira o restaurante temático e os quatro países por onde passou a dupla Gago Coutinho e Sacadura Cabral - Portugal, Espanha (Canárias), Cabo Verde e Brasil - dão as mãos à mesa.
O hidroavião "Lusitânia" partiu de Lisboa a 30 de março de 1922. Só chegaria ao Rio de Janeiro a 17 de junho. A exposição itinerante comemorativa do centenário, organizada pela Marinha Portuguesa e pelo Museu do Ar, está, por estes dias, em Vila do Conde e o feito histórico dos dois portugueses serve de mote para uma série de oficinas gratuitas para famílias que, ao longo desta semana, irão decorrer no museu, na biblioteca, no Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA) e no Centro Ciência Viva.