Câmara da Murtosa lança formação para a construção de embarcações tradicionais da Ria da Aveiro, para que o saber não se perca.
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Arranca, em setembro, uma formação de construção de embarcações típicas da Ria de Aveiro no Estaleiro-Museu do Monte Branco, na Torreira, Murtosa. A iniciativa, à semelhança de outra que decorreu o ano passado no concelho vizinho de Estarreja, pretende ajudar a preservar a arte da carpintaria tradicional da região, que, juntamente com o barco moliceiro, foi candidatada a património cultural imaterial da UNESCO.
“A ideia é fazer com que mais gente se interesse pela carpintaria naval tradicional e podermos ter, no futuro, quem se dedique a esta arte, para que não desapareça”, explica, ao JN, Januário Cunha, vice-presidente da Câmara da Murtosa. Na região da Ria de Aveiro, existe uma grande diversidade de embarcações típicas em madeira, que vão desde moliceiros a mercantéis, caçadeiras, chinchorros, labregas, mercantelas e xávegas. A construção naval tradicional em madeira está “intimamente ligada à ria, sendo a Murtosa, historicamente, um dos mais relevantes polos regionais desta arte ancestral”.
Existem 15 vagas
Na Murtosa, existem dois mestres que ainda constroem e reparam barcos típicos. Um deles, José Rito, que trabalha no Estaleiro-Museu no Monte Branco, irá orientar os alunos na parte prática do curso, que passará pela construção de uma embarcação típica.
Segundo o autarca, estes mestres têm “muito trabalho”a reparar e a construir novas embarcações. O curso Operador de Construção Naval, promovido pelo Município da Murtosa em parceria com o FOR-MAR – Centro de Formação das Pescas e do Mar, é gratuito. Tem a duração de 400 horas e decorrerá em horário pós-laboral.
Os formandos receberão o correspondente ao subsídio de alimentação. Os interessados em preencher as 15 vagas existentes podem inscrever na Câmara da Murtosa, no Estaleiro-Museu do Monte Branco ou no polo de Ílhavo do FOR-MAR.