Festival, que decorre até domingo, atrai 20 mil pessoas, que lotam alojamentos, restaurantes e bares da região.
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Vagos está, por estes dias, transformada na "meca" do metal, tal o frenesim que se vê nas ruas da pacata vila, palco do Vagos Metal Fest, um dos maiores festivais ibéricos de sonoridades pesadas. A organização estima que nos quatro dias da festa, que termina amanhã, passem por Vagos "20 mil pessoas", vindas "de todo o país, de Espanha e do Norte da Europa". É mais do quádruplo dos habitantes da vila que, segundo o Census de 2011, rondava os 4600.
A presença do pessoal vestido de preto deixa um lastro económico e boa disposição. "O retorno para a região é de 900 mil euros", diz o vice-presidente da Câmara de Vagos, João Paulo Sousa, baseando-se num estudo pedido pela Autarquia. "É um público ordeiro que fica, em média, três dias e traz muito movimento ao comércio local", acrescenta.
Movimento "triplica"
Muitos dos que estes dias enchem as ruas já passaram por outras edições do festival. As 47 camas do hotel Santiago, no centro da vila, por exemplo, estão ocupadas e "75% são pessoas do festival. Muitos marcam de um ano para o outro, porque gostam do ambiente familiar", conta a sócia Anabela Mateus. No Cafetaria Bar, "o movimento triplica", afiança o proprietário António Limas, que não tem mãos a medir. Mais adiante, na Pastelaria Centro, Victor Oliveira também diz que tem "o triplo" da clientela. No restaurante Ferradura, "alguns clientes habituais deixam de vir", mas essa ausência é compensada pelos festivaleiros, que enchem as mesas e fazem o consumo disparar "mais de 60%", diz um dos proprietários.
Vanda Cruz, 47 anos, viajou de Cascais até Vagos, à semelhança de outros anos. O bilhete do festival, confidencia, foi a prenda de Natal da mãe. Ao longo do evento, fica acampada e conta gastar perto de 200 euros. Se sobrar tempo, entre concertos, conta fazer praia, experimentar paddle e outras atividades que o município proporciona. Ao lado, o espanhol Miguel Valiño, 24 anos, da Galiza, diz estar a "adorar" a primeira vez em Vagos. Tanto que, para o ano, vai voltar.