Para que a Linha Rosa e a expansão da Linha Amarela não percam fundos europeus têm de avançar no terreno em breve. Tribunal de Contas ainda não emitiu visto.
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Para que as novas linhas da Metro do Porto fiquem prontas até ao final de 2023 - e assumindo que, durante os trabalhos, não surge nenhum imprevisto -, as obras terão de arrancar durante os primeiros meses deste ano. O lançamento da primeira pedra está dependente da luz verde do Tribunal de Contas. A Metro do Porto está à espera do visto prévio há mais de dois meses, informou ao JN fonte da empresa. As empreitadas foram adjudicadas em novembro, mas tardam a avançar no terreno.
Feitas as contas, se os trabalhos de construção da nova Linha Rosa, que fará a ligação da Estação de S. Bento à Casa da Música, no Porto, arrancarem já em fevereiro, esse traçado poderá ficar pronto em agosto de 2023 (os trabalhos terão uma duração de dois anos e seis meses). Já no caso do prolongamento da Linha Amarela, desde Santo Ovídio até Vila d'Este, em Gaia, poderão ficar prontos em fevereiro do mesmo ano (a obra dura dois anos).
No entanto, se o processo só arrancar entre maio e julho, será muito difícil cumprir esse prazo. Até porque é usual haver imprevistos no decurso dos trabalhos. A empresa sempre demonstrou grande vontade de lançar a obra o mais depressa possível, até porque os fundos europeus só são válidos até 2023. Caso os trabalhos se prolonguem, deverá ser o Estado a assumir a fatura.
Muralha fernandina
Para já, a empresa tem avançado com sondagens de prospeção arqueológica em dois pontos: na Praça da Liberdade (na Avenida dos Aliados) e no Largo dos Loios, no Porto. O mesmo acontecerá, "em breve", em Vila Nova de Gaia, a propósito do traçado do prolongamento da Linha Amarela.
Os trabalhos prévios e "obrigatórios" para que as obras possam arrancar são realizados "sem recurso a máquinas" e não têm quaisquer impactos ambientais, "apenas ligeiros condicionamentos pedonais", explica a Metro.
Por enquanto, têm sido encontrados vestígios da Muralha Fernandina do Porto, algo que os arqueólogos já previam. Há 11 anos, durante a construção de novas linhas, já tinham sido encontrados vestígios da cidade antiga nos Aliados, S. Bento, Marquês, Vímara Peres e Campo 24 de Agosto. Aliás, a descoberta da Arca de Mijavelhas, acabou por ficar em exposição na estação de metro do Campo 24 de Agosto.
Avanços e recuos das obras
fevereiro 2017
É aprovada e validada pelo Governo a proposta para a segunda fase de expansão da rede de metro, que contempla a construção da Linha Rosa e prolongamento da Linha Amarela.
abril 2019
Concurso público para as duas novas linhas de metro é lançado. Com valor-base de 307 milhões de euros, propostas recebidas ficaram muito acima do preço proposto.
março 2020
Governo autoriza Metro do Porto a gastar 407 milhões de euros para lançar segundo concurso público. Primeiro procedimento tinha ficado deserto. Empresa avança imediatamente.
julho 2020
Metro do Porto anuncia obras da Linha Rosa e da Linha Amarela "dentro de semanas". Relatórios finais dos concursos indicam consórcio luso-espanhol Ferrovial/ACA como vencedor.
agosto 2020
Grupo Elevo impugna ambos os concursos por considerar que os prazos não foram prorrogados, apesar do contexto pandémico. Procedimentos ficam suspensos.
novembro 2020
Tribunal Fiscal e Administrativo do Porto levanta efeitos suspensivos relativos às duas empreitadas. Metro do Porto adjudica obras à empresa vencedora do concurso.