Um homem foi colhido esta quarta-feira mortalmente pelo Metro Sul do Tejo (MST), em Corroios, Seixal. A sua mulher também foi atropelada, tendo sido enviada, com ferimentos graves, para o Hospital Garcia de Orta, em Almada.
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António Figueiredo, de 76 anos, é a primeira vítima mortal resultante de acidentes com o MST desde Maio de 2007. A mulher, Maria Alice, de 76 anos, já teve alta hospitalar.
O casal, que tinha acabado de almoçar na Associação de Reformados de Corroios, foi colhido pelas 13.30 horas quando atravessava a linha do metro para apanhar o autocarro para Vale Milhaços. A composição seguia no sentido Corroios/Laranjeiro, via onde é feita a tomada e largada de passageiros pela Transportes Sul do Tejo.
Os motoristas são muitas vezes obrigados a manter as portas dos autocarros fechadas para evitar que os utentes sejam apanhados pelo comboio. A perigosidade é notória principalmente para quem faz todos os dias aquele trajecto. "Isto não está nada capaz. É para matar as pessoas. É sempre um risco. Está muito mal feito", queixa-se Teresa Ferreira, de 76 anos. "Quando chega o autocarro, se coincide com o metro, é um problema", realça também Fátima Jorge, de 44 anos. "Isto está mesmo perigoso", alerta Pedro Ferreira, de 43 anos.
A situação repete-se uns metros mais à frente, ainda na Avenida 25 de Abril. Nos dois pontos existiam antigamente paragens e passadeiras que foram removidas para permitir a implementação do metro e não foram recolocadas.
A Câmara do Seixal diz que tem vindo a chamar a atenção para o problema. "É inacreditável que isto aconteça. Há de facto uma enorme irresponsabilidade por parte das entidades", acusa o vereador Joaquim Santos, lembrando que o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres tutela as duas concessões.
A concessionária Metro Transportes do Sul já criou uma comissão de inquérito para apurar as responsabilidades do acidente. O presidente José Luís Brandão nota que continua a haver falta de atenção por parte dos peões. "As pessoas passam ali como se fosse uma via pedonal. É a primeira situação do género, mas infelizmente vai acontecer mais vezes", avisa o responsável.
Face aos 11 acidentes registados com o MST até Maio, a PSP defende a promoção de uma campanha de sensibilização. "As pessoas é que têm que parar. Que formação foi dada aos idosos e às crianças?", questionou em Abril o comandante da PSP de Almada, sublinhando que, em algumas zonas, é difícil perceber o que é a área pedonal e o que é a linha do metro.