O Conselho de Ministros reúne-se esta quinta-feira em Setúbal, num encontro que servirá para aprovar investimentos públicos dedicados à requalificação do chamado Arco Ribeirinho Sul. Estes projetos envolvem os municípios de Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo e Seixal.
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O Conselho de Ministros reúne-se hoje em Setúbal, num encontro que servirá para aprovar investimentos públicos dedicados à requalificação do chamado Arco Ribeirinho Sul. Estes projetos envolvem os municípios de Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo e Seixal.
Em jeito de antecipação, a reconversão daquela zona ribeirinha foi assinalada ontem pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, numa sessão de apresentação sumária (sem a divulgação de valores) dos projetos previstos para aquela zona.
Segundo Medina, a resolução preparada pelo Governo permitirá "a definição dos principais investimentos públicos" há muito reivindicados pelos autarcas da margem sul do Tejo.
Não queremos que esta região seja um dormitório de Lisboa, mas um polo gerador de emprego altamente qualificado, capaz de propiciar melhores salários, oportunidades de vida para os jovens
Os investimentos visam, essencialmente, a infraestruturação do território com a expansão do transporte público, em especial do metro do sul do Tejo, a instalação de um novo terminal fluvial na Moita e a construção do passeio ribeirinho de 38 quilómetros entre Alcochete e Almada, além da ponte entre Barreiro e Seixal.
"Não queremos que esta região seja um dormitório de Lisboa, mas um polo gerador de emprego altamente qualificado, capaz de propiciar melhores salários, oportunidades de vida para os jovens e que seja um referencial de qualidade de vida própria dos modernos espaços urbanos, uma condição também indispensável de competitividade", afirmou o ministro das Finanças.
Por sua vez, António Costa realçou o trabalho de Medina em matéria de cooperação com as autarquias, assegurando que desta vez arranca mesmo a reconversão daquela zona ribeirinha.
Projeto espera há seis anos por sair do papel
"Esta margem esquerda do Tejo merece efetivamente um grande projeto de regeneração urbana. [...]Queremos que esta volte a ser uma fortíssima área de atividade económica", afirmou.
A requalificação do Arco Ribeirinho Sul é algo previsto há muito. No verão de 2017, o primeiro-ministro chegou a participar numa reunião de trabalho com os autarcas do Seixal, Barreiro e Almada, da qual saiu a mensagem que a reconversão daquela zona iria avançar a breve trecho com a descontaminação dos solos no Barreiro e no Seixal, o que permitiria avançar com as obras.
Ora, volvidos quase seis anos, os projetos ainda não saíram do papel, por causa da descontaminação dos solos. "É aqui que tem residido um dos principais obstáculos", disse ontem Medina, numa alusão às discussões "entre estratégias de descontaminação, verbas e entidades responsáveis". Considerando o impasse, o Governo decidiu assumir a totalidade das verbas necessárias para a descontaminação dos solos.