Autocarro em via dedicada servirá parte da avenida e seguirá pela Marechal Gomes da Costa até à praça.
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Apesar de inicialmente pensado para o canal do Campo Alegre, o metrobus (autocarros elétricos que circulam em via dedicada) utilizará a Avenida da Boavista, no Porto. O percurso não se esticará até ao Castelo do Queijo. O projeto, já com financiamento garantido no Plano de Recuperação e Resiliência, servirá a parte inicial da maior avenida da cidade, avançará pela Marechal Gomes da Costa até atracar na Praça do Império, a poucos passos do mercado da Foz e da Universidade Católica.
Este novo percurso sucede à solução inicialmente pensada para o canal do Campo Alegre e da Diogo Botelho, com a vantagem de ter mais espaço para a implementação da via dedicada à circulação dos autocarros elétricos. Tal como o metro, este sistema de transporte não partilha o seu canal com outras viaturas. Com 83 milhões de euros garantidos, o metrobus da Boavista ficará concluído dentro de dois anos, em março de 2024.
"O BRT [bus rapid transit] do Campo Alegre tinha um problema muito complicado de construção em dois sítios. O primeiro era no cruzamento do Campo Alegre, onde temos o túnel [de acesso à VCI e à Ponte da Arrábida] e uma via bastante estreita. Logo, seria extraordinariamente complexo passar ali à superfície. O segundo era no cruzamento da ribeira da Granja", explica o ministro do Ambiente.
Ligação a Serralves
Em alternativa, o Porto colocará o metrobus na Boavista. "Concluiu-se que, do ponto de vista de atração de passageiros, a ligação Boavista-Marechal Gomes da Costa-Praça do Império tem um número de passageiros equivalente e muito maior simplicidade de execução", explicita João Pedro Matos Fernandes ao JN.
Além de servir a Foz e o troço final de Diogo Botelho, também levará passageiros a Serralves. No futuro, depois de rasgada a Avenida de Nun"Álvares (entre a Praça do Império e a Avenida da Boavista), será mais fácil prolongar a linha de metrobus até Matosinhos do que seria com o metro, dada a obrigatoriedade de cruzar o Parque da Cidade. No entanto, essa extensão a Matosinhos é matéria que ainda não está estudada.
A implementação do metrobus é mais simples e célere do que o metro, desde logo porque não obriga à realização de estudos de impacto ambiental.
Linha do Souto, em Gondomar, por 154 milhões
A Linha do Souto é uma das ligações que avançarão na próxima fase de expansão, à semelhança da segunda linha para Gaia. O Quadro Comunitário de Apoio financiará o novo percurso do metro até ao centro de Gondomar, orçado em 154 milhões de euros. As fontes de financiamento das restantes ligações, incluídas no Plano Nacional de Investimento 2030, serão conhecidas dentro de quatro meses.