A primeira linha do sistema de BRT (Bus Rapid Transit), também conhecido como metrobus, vai começar a funcionar em Braga até junho de 2026, tendo como objetivo retirar 812 carros por dia das ruas e atingir os dois milhões de passageiros em três anos.
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De acordo com a informação avançada esta terça-feira pelo administrador dos Transportes Urbanos de Braga (TUB), Teotónio Santos, o traçado vai permitir fazer a ligação entre a estação ferroviária, a Universidade do Minho e o Hospital de Braga, num investimento de 75,5 milhões de euros suportado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
"Há 150 anos chegou o primeiro comboio a Braga e no próximo ano a nossa equipa fará partir daqui o primeiro metrobus da nossa cidade", garantiu hoje Teotónio Santos, numa iniciativa realizada na estação de caminhos de ferro que serviu para apresentar a identidade visual deste novo sistema, que é uma "solução de mobilidade inovadora, fiável, tecnologicamente evoluída e sustentável". "Ao terceiro ano de funcionamento, prevemos dois milhões de passageiros, menos 812 carros em circulação por dia útil e menos 430 toneladas de CO2 por ano", vincou.
O administrador dos TUB adiantou que o concurso público para a conceção e construção da primeira linha do metrobus terminou ontem com "várias propostas" recebidas, que agora serão analisadas para ser feita a adjudicação. A obra começará, segundo Teotónio Santos, "entre o final deste ano e o início do próximo", tendo o funcionamento do sistema de acontecer até junho de 2026, já que é esse o limite imposto pelo PRR.
A linha vermelha do metrobus de Braga terá cerca de seis quilómetros e integrará 12 estações, com frequência de seis em seis minutos e 81% do traçado em canal dedicado. Com início no Largo da Estação, passará pela Rua do Caires e pelo túnel de Maximinos até à rotunda Santos da Cunha, onde continuará pela Avenida Imaculada Conceição até atravessar a Avenida da Liberdade. Seguirá pela Avenida João XXI e cruzará a Avenida 31 de Janeiro e a rotunda das piscinas da Rodovia, passará em frente ao Instituto de Nanotecnologia (INL) e, na rotunda da Avenida João Paulo II, dirige-se para o campus de Gualtar da Universidade do Minho e para o hospital. Neste último caso, Teotónio Santos confirmou não está ainda fechado o percurso que será feito entre a universidade e a unidade hospitalar.
"Não é um luxo"
Para a vereadora da Mobilidade da Câmara de Braga, Olga Pereira, este será um projeto que "combinará eficácia, pontualidade e fiabilidade em veículos com emissões nulas", resultando num "profundo trabalho" técnico, que considerou ser a melhor solução para a cidade. "Não é um luxo de modernidade", garantiu a vereadora.
Olga Pereira lamentou que, nesta fase, não tenha sido possível avançar com a outra linha (amarela) que também estava prevista, mas salientou que este é "apenas o primeiro passo" para uma nova estratégia de mobilidade assente no metrobus. A intenção é que o serviço possa ser alargado aos centros comerciais E.Leclerc e Nova Arcada através de mais duas linhas (a verde e a azul), para as quais ainda não existe financiamento nem estimativa sobre quando poderão avançar.