Milhares de pessoas são esperadas na 10.ª Edição dos Mil Diabos à Solta, em Vinhais, festa que se realiza ao final da tarde de sábado, 17 fevereiro, nas ruas da vila transmontana.
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“É a iniciativa que encerra as festas de inverno [que começam com o Festa da Cabra e do Canhoto em Cidões-Vinhais na noite de 31 de outubro]. É uma festa tradicional da quarta-feira de cinzas, que nós replicamos para este evento mais grandioso, pelas ruas, por causa da questão turística e da dinâmica do concelho estar presente”, explicou Artur Marques, vereador da Câmara de Vinhais.
Os Mil Diabos têm vindo a aumentar a procura por parte dos visitantes, todos os anos. Muitos anseiam por vestir o fato de macaco vermelho para se transformar em diabo por umas horas. Tradicionalmente, os diabos, acompanhados da morte, andavam pelas ruas a açoitar quem lhes aparece pela frente, principalmente as mulheres solteiras. Iniciativa que continua a realizar-se no dia a seguir ao Carnaval. Entretanto, o município criou o evento dos Mil Diabos à Solta, que se trata de uma encenação cénica com representações associadas aos sete pecados mortais, que acaba por ser um espetáculo de teatro, música, cor e fogo.
O desfile contará com cerca de 500 voluntários, mais todas as pessoas que queiram vestir o fato vermelho do diabo ou simplesmente juntar-se ao cortejo pelas ruas da vila. “Temos os alunos do Agrupamento de Escolas Afonso III e os funcionários do município, que transportam o carro da morte e o carro que transporta as raparigas, mais os que participam no assalto às janelas. Estamos a contar com os mil diabos na procissão”, admitiu o vereador.
Segundo Artur Marques, o evento tem atraído turistas ao concelho, esgotando o alojamento na hotelaria, nomeadamente os bungalows do parque biológico de Vinhais. O Município tem apostado na organização e este ano o orçamento da festa ronda os 55 mil euros. “Subimos um pouco mais a verba, para dar mais incremento, por causa do retorno que estamos a contar ter na hotelaria e na restauração”, afirmou Artur Marques.
No desfile participa uma especialista a engolir e lançar fogo que vai participar na encenação. “Durante o circuito vamos ter vários quadros com companhias de teatro a fazer a representação cénica, situações com o diabo, a morte, o espiritual e muita animação com fogo. A procissão encerra com a queima da morte, um boneco de cinco metros de altura, produzida pelos alunos do Agrupamento de Escolas Afonso III”, indicou o vereador Artur Marques.
Depois da procissão, a festa continua no pavilhão municipal e numa tenda, com animação noturna com música variada, desde gaiteiros a DJs.
A iniciativa começa ao final da tarde com uma missa de imposição de cinzas, por volta das 17.30 horas, seguida da procissão ao anoitecer pelas ruas.