A tradição é antiga e todos os anos paralisa a vila de Sobrado neste dia de S. João. A paixão pela Bugiada e Mouriscada juntou esta segunda-feira milhares pelas ruas e até houve quem, inclusive, tirasse férias ou tenha chegado de propósito do estrangeiro para assistir à festa.
Corpo do artigo
Em Sobrado, freguesia de Valongo, não há quem não vibre com o S. João. Falam com paixão da festa e quase todos têm a lenda da filha do Reimoeiro, que tinha ficado gravemente doente, na ponta da língua. E ainda que todos saibam que a manifestação popular acabe sempre com a vitória dos bugios (cristãos) sobre os mourisqueiros (mouros), acalentam-se rivalidades (quase doentias) entre os dois grupos.
Irene Cardoso, 59 anos, de Cristelo, Paredes, aproveitou a folga do trabalho como cabeleireira, e rumou a Sobrado na companhia das amigas, Maria José Santos, de 65, e Felicidade Sousa, 59. Chegaram por volta das 8.30 horas e já não assistiram "à primeira dança" dos grupos. Daí que, logo após a missa, e enquanto não passava a procissão - ambas presididas pelo bispo do Porto, D. Manuel Linda-, tiravam fotografias junto ao monumento de homenagem "Ao Bugio e Morisqueiro", no epicentro da festa, enquanto faziam tempo para verem o desfile dos mourisqueiros e dos bugios.