O Ministério Público recebeu da PSP o processo relativo aos participantes de uma homenagem aos três mortos de um acidente na Segunda Circular, que foi feita sem autorização das autoridades e que parou aquela via da capital durante a madrugada de domingo.
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A PSP revelou, esta quarta-feira, que remeteu ao Ministério Público o auto de notícia que levantou aos proprietários dos 150 veículos que pararam a Segunda Circular, no sentido Aeroporto-Benfica, na madrugada de domingo, para homenagear as vítimas mortais de um acidente grave.
Segundo a PSP, o ajuntamento de 500 pessoas "consistiu numa manifestação que, de acordo com o diploma legal que regulamenta este direito fundamental, deveria ter sido comunicado previamente à autoridade administrativa competente, o que não se verificou".
Mais, esta autoridade revela agora que os proprietários não acataram ordens de desmobilização e abandonaram no local a suas viaturas, tendo provocado o corte na circulação nos dois sentidos.
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Em comunicado, a PSP refere que continua as "diligências adequadas para identificar os condutores das viaturas usadas para cortar a via rodoviária, para proceder simultaneamente na área contraordenacional e criminal".
Tal como o JN adiantou logo durante a paragem da Segunda Circular, o grupo chegou ao local pouco depois da meia-noite de domingo. Explica a PSP que as viaturas e as motos começaram por se concentrar "junto ao posto de abastecimento de combustível da empresa Repsol, no sentido Norte-Sul". Foram 150 viaturas e 500 pessoas que depois rumaram ao local onde Nuno, Tino e Junior Costa morreram devido à alta velocidade a que seguiam.
A PSP revela ainda que teve dificuldades em criar faixas de circulação, já que a atuação do grupo levou ao corte da circulação nos dois sentidos da Segunda Circular: "apesar de ter sido ordenado às pessoas ali concentradas que removessem as viaturas e desimpedissem a via rodoviária, tal não sucedeu, tendo os condutores abandonado as viaturas, o que obrigou ao corte da via nos dois sentidos".
"Apenas pelas 1.35 horas foi possível desimpedir a via e reabri-la ao trânsito", diz a PSP, acrescentando que "por não ter sido possível identificar os condutores das viaturas, registou as marcas e matrículas das viaturas usadas para cortar o trânsito".