O ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, afirmou nesta manhã de terça-feira algum "espanto" ao verificar que a dotação do programa Portugal 2030 para a inovação social é a mesma do Portugal 2020. O governante receia ainda uma diminuição da importância da política de coesão na Europa.
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O ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, marcou presença nesta terça-feira de manhã no "Encontro Inovação Social - Investimento, Impacto e Futuro", no auditório de Serralves, no Porto. No seu discurso, afirmou: "Confesso que só me espanto sobre porque é que o valor da dotação do Portugal 2030 [para a inovação social] é igual à do Portugal 2020". A iniciativa em Serralves decorre até às 16 horas com painéis de debate sobre as diferentes áreas da Inovação Social.
À margem do encontro, em declarações aos jornalistas, Manuel Castro Almeida explicou o motivo da sua reação. "Porque quando foi lançado o programa [Portugal Inovação Social], era uma experiência. Portanto, teve uma dotação relativamente reduzida de cem milhões de euros [em 2020]. Portanto, esperaria que no Portugal 2030 houvesse mais recursos. Mas, enfim. Também não quero acentuar esse ponto. Não é, para mim, o ponto principal. Apesar de tudo, manteve-se o valor do Portugal 2020. Teria sido melhor avançar um pouco mais, mas é melhor que nada", clarificou.
"Não basta gastar dinheiro à pressa"
O governante demonstrou ainda preocupação "em alguns setores europeus", onde diz sentir alguma vontade em "desvalorizar a ideia de equilíbrio regional", receando uma diminuição futura da atribuição de fundos europeus a Portugal.
Sem adiantar personalidades ou partidos políticos, admitiu que "há algumas pessoas que acham que não é muito importante que haja equilíbrio no desenvolvimento das regiões e que é preciso que a Europa cresça globalmente", não havendo preocupação se tal acontece de forma concentrada "nas grandes cidades e nas grandes capitais", deixando o interior "despovoado".
"Há pessoas que valorizam mais o crescimento da Europa sem olhar para esse equilíbrio, para a equidade entre as diferentes regiões da Europa. Acho que a ideia de equidade é uma ideia estruturante do projeto europeu", sublinhou.
Por isso mesmo, voltou a alertar para a necessidade de "aproveitar bem todos os recursos que temos". "Não basta gastar dinheiro à pressa. Temos de gastar o dinheiro depressa mas bem, com qualidade, com bons projetos", concluiu. Garantiu ainda, mais uma vez, que até ao final do ano, as candidaturas a fundos europeus "não vão demorar mais do que 60 dias a serem avaliadas e os pagamentos não vão demorar mais do que 30 dias a serem pagos".
Para que tal aconteça, estão a ser criados, respondeu Manuel Castro Almeida, "mais recursos, com mais tecnologia, e com um sistema de informação mais eficiente".