Uma falha de interpretação de uma circular interna colocou a Santa Casa da Misericórdia de Fafe nas bocas do país. A referência a um aumento para quem ganha "até" 759,99 euros para 760 euros levou à conclusão apressada de que havia quem tivesse um mísero aumento de um cêntimo.
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"Todos os colaboradores que auferiam vencimento até 759,99 euros , a partir de 01/01/2023 passam a receber 760", lê-se no documento afixado nas paredes da instituição. Daí para as redes sociais foi num ápice que o documento se tornou viral em diversas publicações humorísticas e de sátira.
A razão seria o facto de, em Fafe, uma instituição ligada à Igreja e à solidariedade social, dar um aumento de apenas um cêntimo aos seus colaboradores. "As pessoas se soubessem ler o que está escrito iriam perceber a informação e não fazer troça", disse, ao JN, António Soares Peixoto, provedor da instituição
Não houve ninguém na nossa instituição que tenha sido aumentado só um cêntimo
É que a utilização do "até" faz toda a diferença na frase. "Temos muitos colaboradores que auferem o salário mínimo, que era de 705 euros, e agora passam a receber 760. Não houve ninguém na nossa instituição que tenha sido aumentado só um cêntimo", garantiu esta terça-feira o provedor.
A colocação dos 759,99 foi apenas para determinar um limite e, António Soares Peixoto vai mais longe na explicação. "Os colaboradores que estavam noutras categorias, acima do salário mínimo e abaixo dos 760 euros, serão em fevereiro aumentados de forma proporcional para que essas categorias estejam, da mesma forma que estavam, acima do salário mínimo, e isso está descrito nas portarias que regem esta área e no contrato coletivo de trabalho. Será processado em fevereiro mas com retroativos", esclareceu o provedor.
A sofreguidão pela polémica que é tão comum nas redes sociais terá levado à má interpretação desta comunicação.