Misericórdia de Serpa em dificuldades financeiras não pagou subsídios de Natal e de férias

A instituição reconhece que a preocupação dos funcionários é "justa", mas, em comunicado, explica que a "a situação financeira particularmente difícil" está a ser "agravada pelo atraso no início da atividade cirúrgica na unidade médico-cirúrgica". A entrada em funcionamento desta unidade estava prevista no âmbito de uma parceria com a União das Misericórdias Portuguesas (UMP) desde 2023. "No entanto, essa parceria não se concretizou", sustenta, apesar das "sucessivas diligências" junto da UMP para que se inicie a produção cirúrgica e a atividade da unidade.

"A situação reveste-se de especial gravidade, tendo em conta que o edifício se encontra concluído, totalmente equipado e com capacidade instalada para responder às significativas carências assistenciais da região e até do país", lamenta. Acresce que, de acordo com a Misericórdia de Serpa, a UMP comunicou, em dezembro de 2024, a resolução do acordo de gestão em parceria do Hospital de São Paulo, propriedade da Santa Casa, apresentando como "alternativa a proposta de entrada da instituição num PER [Processo Especial de Revitalização], como via para enfrentar o agravamento da sua situação financeira".

Entregaram um PER

"Face à ausência de outras soluções realistas e com base no compromisso assumido pela UMP, de que retomaria a gestão e operacionalização da unidade médico-cirúrgica após a submissão do PER, a mesa administrativa optou por dar seguimento a esta proposta", esclarece ainda. Contudo, a situação mantém indefinida e a Misericórdia de Serpa não tem capacidade para iniciar a atividade médico-cirúgica de forma autónoma.

À Lusa, o presidente da UMP, Manuel Lemos, sublinhou que a união denunciou a parceria para "permitir à Misericórdia de Serpa encontrar um mecanismo financeiro que permitisse resolver" as suas dificuldades financeiras. "Logo que estejam resolvidos, estamos interessados e disponíveis para encontrar e montar uma parceria" com a Santa Casa.