Espaço recebe doações de artigos para bebé e criança e já auxiliou mais de 200 famílias que necessitam de apoio para criar os filhos.
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O Banco da Mãe e do Bebé de Monção funciona na base da entreajuda. Uma mãe que tenha artigos de bebé e criança ainda em bom estado e de que já não necessite ou não sirva doa-os àquele espaço e está assim a ajudar outras mães que precisam. Se necessitar de alguma coisa também pode levar. Este "toma lá, dá cá" funciona há cerca de cinco anos e já ajudou 222 famílias com dificuldades para dar aos filhos tudo o que eles necessitam nos primeiros anos de vida.
Enxoval completo
"No primeiro dia, levei o enxoval quase todo. Roupa, chupeta, biberão, leite, fraldas, berço e carrinho. Tudo", afirma ao JN Maradja Silva, mãe da bebé Micaeli, que se agita alegremente no seu colo. A jovem brasileira engravidou nos seus primeiros tempos a viver em Monção, numa altura em que ainda não tinha emprego e o marido, trabalhador da construção civil, ia tendo trabalho de forma intermitente. "Isto para nós é "a mão na roda", como se diz no Brasil. É quando se está preso em algum lugar e aparece alguém que te ajuda a seguir em frente", diz Maradja que vem acompanhada da filha mais velha, Emanuelle. "Agora a bebé já está com nove meses e o Banco é o que nos salva. Hoje, a Micaeli perdeu a chupeta. Vim buscar uma e o dinheiro que economizei vai servir para comprar fraldas", acrescentou.
O Banco da Mãe e do Bebé funciona, à quinta-feira, na loja 4 do Mercado Municipal de Monção desde junho de 2015. Atende mães com filhos dos zero aos seis anos. E tem de tudo, desde roupa e calçado, passando por outros produtos usados.
"Este espaço surge da perceção da necessidade que muitas famílias têm nestes primeiros anos de vida das crianças, com os custos associados e as exigências da parentalidade", explica Eliana Costa, psicóloga e coordenadora do Banco Local de Voluntariado de Monção, adiantando que a ideia de um Banco para as mães e crianças poderá ser pioneira no país.
Eliana Costa evidencia, também, o lado ecológico do serviço. "Há quem venha por questões ambientais, porque as roupas dos bebés nos primeiros meses ficam praticamente novas e é um desperdício não serem mais usadas", indica.
"Uma mãozinha de Deus"
Marisa Ralha e Tiago Oliveira são oriundos de Lisboa e pais de Alice Isabella com dois meses. São "clientes" do Banco e no dia da reportagem do JN levavam para casa o primeiro carrinho de bebé da filha. "Soubemos por outras mamãs que foram ajudadas e para nós tem sido uma mãozinha de Deus. O enxoval dela foi todo feito aqui", referiu a mãe. E o pai, que trabalha na construção civil, enaltece a "ajuda" e o facto de ser "uma conta a menos para pagar".