Rui André, presidente da Câmara de Monchique, revelou esta sexta-feira à noite que, por precaução, vai propor a ativação do plano municipal de emergência, decisão da qual já deu conhecimento ao ministro da Administração Interna.
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Ao acionar o Plano Municipal de Emergência, Monchique mobiliza não só todos os meios de proteção às populações como põe em ação os procedimentos a seguir por cada entidade envolvida (forças de segurança, de saúde, empresas de infraestruturas, entidades públicas, entre outros) e permite acionar meios civis, o que o autarca considera ser "mais confortável" para fazer face à situação. Este plano define quem é responsável por que ação e estipula de que forma todos os meios se articulam em caso de emergência.
Por precaução, e devido ao incêndio que lavra desde o início da tarde desta sexta-feira, já houve populações retiradas de suas casas. Em Taipas, uma "meia dúzia" de pessoas foi levada para Monchique. Já depois das 20 horas, como uma das duas frentes do fogo se dirigia para Norte, as autoridades decidiram também retirar cerca de 20 pessoas do lugar da Foz do Carvalhoso, onde o casario é disperso.
Algumas pessoas saíram de casa por iniciativa própria e procuraram abrigo em casa de familiares. Duas pessoas acamadas foram levadas para a Misericórdia local e outras duas foram alojadas pela autarquia na Escola EB 2/3..
De acordo com dados da Autoridade Nacional de Proteção Civil, mais de 500 homens permanecem no combate ao fogo que deflagrou pelas 13.32 horas em Monchique e que continua com pelo menos duas frentes ativas, em zonas de mato de difícil acesso. A Força Especial de Bombeiros também está a operar no local. bem como seis pelotões do exército que se juntaram ao combate e 12 máquinas de rasto.
"Tenho fé que, durante a noite, a situação fique resolvida e seja consolidada a estratégia de combate traçada", disse aos jornalistas, cerca da meia-noite. E garantiu que o incêndio desta sexta-feira nada tem a ver em termos de dimensão, "com os cenários dantescos vividos em 2003 e 2004".
Nove bombeiros e um operacional da Afocelca ressentiram-se do calor e da exaustão, mas não precisaram de ir ao hospital. Estima-se que o incêndio tenha já consumido um total de 400 hectares e destruído alguns barracões agrícolas, mas não habitações, ao contrário do que chegou a ser noticiado.