Montenegro aponta agricultura e exploração florestal como solução para prevenir fogos
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, apontou esta quinta-feira a agricultura e a exploração florestal como soluções para prevenir os fogos rurais e florestais, reafirmando a necessidade de prevenir o fenómeno para não ter que combater os grandes incêndios de verão.
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Luís Montenegro, falando na inauguração do novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Braga, referiu que “a agricultura e a exploração florestal são uma das principais orientações de prevenção de incêndios rurais e florestais, logo o caminho a seguir”.
O primeiro-ministro revelou que o seu Governo dará “um novo impulso” às políticas de prevenção, sublinhando que “vale muito mais investir dinheiro na prevenção do que no combate, que fica 100 vezes mais caro, devendo evitar-se tais sinistros”.
“Se fizermos as contas àquilo que o Estado e os poderes públicos gastam quando há uma ocorrência de grande dimensão, chegamos à conclusão de que se tivéssemos gasto uma centésima parte daquilo que gastamos nesse momento de aflição, se calhar tínhamos evitado que aquela ocorrência tivesse acontecido ou pelo menos que tivesse acontecido com a mesma dimensão”, disse o primeiro-ministro durante a cerimónia, ao final da tarde, em Braga.
“Não estar de costas voltadas”
Entretanto, Luís Montenegro preconizou que as estruturas dos Bombeiros e da Proteção Civil não podem nunca estar de "costas voltadas", defendendo “um espírito de agregação e comunhão para haver melhor socorro, melhor emergência e melhor combate às ocorrências”, ao mesmo tempo que apontou a criação de mais e de melhores condições para atrair os jovens ao voluntariado.
“Acredito que temos de ter uma estrutura que vai para além da estrutura dos bombeiros ao nível da proteção civil, mas eu não acredito que uma possa substituir a outra nem quero que uma esteja de costas voltadas para a outra”, afirmou Luís Montenegro.
“Cada um que cumpra a sua missão e que cada um saiba que ao lado está um parceiro que pode ajudar no cumprimento dessa mesma missão”, destacou o primeiro-ministro, reforçando a necessidade de comunhão e convergência para um "melhor combate".
“Temos de estar cientes de que, se não houver atratividade, para isso também do lado da tal retribuição que é devida a este esforço, será cada vez mais difícil continuar a ter chama viva, e aqui a chama é boa chama, chama viva nas associações humanitárias de bombeiros e no voluntariado”, referiu Montenegro.
O primeiro-ministro foi mais longe e defendeu “a criação de uma retribuição por parte dos poderes públicos e do Estado face ao que é a tão nobre missão que eles, os bombeiros voluntários, desenvolvem não só neste período dos fogos rurais e florestais, como durante todos os dias do ano”, precisando de "incentivos e um estatuto que valorize o seu trabalho e a sua disponibilidade”.
Câmara de Braga atribui subsídio de 250 mil euros
Entretanto, a Câmara Municipal de Braga vai atribuir, por unanimidade, um subsídio extraordinário de 250 mil euros aos Bombeiros Voluntários de Braga, para compensar os investimentos do novo quartel, inaugurado em São Paio de Arcos.
A revelação partiu do presidente da câmara, Ricardo Rio, na sessão de inauguração, antecipando que na reunião camarária da próxima semana haverá unanimidade, após ter auscultado todos os vereadores, incluindo os da oposição.
No seu discurso, Ricardo Rio destacou “a importância complementar os dois corpos de bombeiros do concelho de Braga, os Sapadores e os Voluntários”, enquadrados pelo coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil de Braga, Vítor Azevedo.
O novo quartel da Associação Humanitária e Beneficente de Bombeiros Voluntários de Braga foi inaugurado em São Paio de Arcos, no extremo oposto do quartel da Companhia dos Bombeiros Sapadores de Braga, o que permite mais eficácia e rapidez.
Ricardo Rio recordou que a edilidade bracarense “está sempre ao lado dos bombeiros, reconhecendo a mais-valia do trabalho que desempenham em prol da segurança de pessoas e bens”, tendo destacado a articulação existente entre as duas corporações.
“Ao longo dos últimos anos, a Câmara Municipal de Braga tem procurado estreitar os laços com os Bombeiros Voluntários de Braga, mesmo tendo consciência que em Braga temos uma Companhia de Bombeiros Sapadores, essa sim, da responsabilidade da autarquia e integralmente financiada pelo Município de Braga, preconizando complementaridade de ambas as corporações", salientou o autarca.
“Os Bombeiros Voluntários de Braga, como as outras corporações por esse país fora, vivem há demasiado tempo na expectativa de um tratamento justo”, acrescentou Ricardo Rio, sublinhando que a Câmara Municipal de Braga tem já em aprovação um regulamento de benefícios conferidos aos voluntários de socorro, "em face do esforço e dedicação dessas mulheres e homens”.