
Fernando Seara, presidente da Câmara de Sintra, diz que easyJet prefere Sintra
Arquivo JN
As Câmaras do Montijo e de Sintra divergem quanto à possibilidade das bases militares situadas nos seus concelhos poderem vir a ser escolhidas para localização da base da companhia aérea de baixo custo (low cost) easyJet.
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A Câmara do Montijo contesta a intenção do Governo de instalar companhias low cost em bases militares, mas a autarquia de Sintra diz-se disponível para receber esta estrutura.
As bases militares de Sintra, Alverca e Montijo estão a ser alvo de estudo de um grupo de trabalho criado pelo governo para a localização da base da companhia aérea de baixo custo easyJet, disse no início do mês o secretário de Estado dos Transportes.
A existência de uma infraestrutura aeroportuária complementar ao aeroporto de Lisboa representa um regresso à chamada solução 'Portela + 1', estudada em 2007.
Enquanto que a autarquia de Sintra se mostra disponível para trabalhar no sentido de receber a companhia low cost na Base Aérea nº.1, a Câmara do Montijo critica esta medida do Governo, pretendendo a instalação neste município de um aeroporto de raiz.
A Câmara do Montijo aprovou, por maioria, uma recomendação para o novo aeroporto de Lisboa ser construído no Campo de Tiro de Alcochete, criticando a hipótese de um aeroporto complementar à Portela para as companhias low-cost.
A autarquia defende que ao longo de cerca de quatro décadas foram efectuados diversos estudos técnicos sobre as melhores possibilidades para receber o novo aeroporto.
"Por alegadas razões de ordem financeira, o actual Governo decide pôr em causa 39 anos de estudos, de um intenso debate na sociedade portuguesa e de um profundo trabalho diplomático junto das instâncias europeias e de compromissos comunitários do Estado português", refere a recomendação, aprovada com os votos favoráveis do PS e da CDU e com o voto contra do PSD.
O documento da autarquia, assinado pela presidente Maria Amélia Antunes (PS), explica que, sem estudos e sem debate, o Governo decidiu criar um grupo de trabalho para análise de uma solução mais viável de aeroporto complementar à Portela (Portela+1).
"Esta solução não pode ser levada a sério, porque não potencia o desenvolvimento e o ordenamento do território local e regional e o interesse público não recomenda experimentalismos nem gastos de dinheiros públicos com mais estudos e pareceres", acrescenta o documento.
A recomendação defende que o Governo deve fazer um compasso de espera em vez de avançar com a hipótese Portela+1.
Disponível para a instalação da Easyjet na Base Aérea nº.1 está a autarquia de Sintra. Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara, Fernando Seara, disse que esta seria uma medida "muito importante para Sintra", uma vez que dinamizaria a economia local.
"Vamos lutar para que Sintra seja uma alternativa ao aeroporto de Lisboa. Posso dizer que a Easyjet prefere Sintra como base para complemento das suas actividades em Portugal e fiquei muito contente ao saber que a empresa, dentro das duas opções, preferiu Sintra", revelou o autarca.
O autarca destaca o município como "um importante espaço de actratividade turística" que, em tempos de crise, tem aumentado o número de visitantes comparativamente ao ano passado e a outros locais turísticos.
