Uma porta aberta para os cinco continentes. Há os que entram e os que saem, num mundo sem barreiras. A peça em mármore, da autoria do escultor Carlos Rodrigues, é simbólica e dedicada aos muitos que, naquela freguesia poveira, partiram em busca de uma vida melhor. O Monumento ao Emigrante e o novo Parque de Lazer foram inaugurados, este domingo, em S. Pedro de Rates, na Póvoa de Varzim, encerrando três dias de "Festas da Vila".
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"Queria romper com aquela escultura típica do emigrante com a malinha na mão. Hoje, o emigrante já não é aquela pessoa que vive no limite da pobreza. Há os que saem, os que chegam e os que se deslocam de um lugar para o outro", explica Carlos Rodrigues. O pórtico é figura central. Lapidado por dentro, tosco e em ruínas por fora. À entrada, uma figura alada. As pontas das asas, em aço, balançam ao vento. O rosto, "quase sem retoques", nasceu "por acidente" no corte de uma pedra. Ganha expressões diferentes consoante a luz do sol. "Era a alma e a leveza que faltavam à escultura", conta, sorrindo.
O escultor vilacondense de 61 anos começou a trabalhar o mármore há mais de 40 anos. A família tinha uma empresa de transformação da pedra, no lugar de Vilarinho, em Macieira da Maia, e o trabalho figurativo depressa se tornou um passatempo. Aprendeu com o pai. Há 37 anos, juntou umas peças e fez a primeira exposição em Vila do Conde.