Palácio da Pena e outros encerraram devido a um encontro sindical. Funcionários querem melhores salários
Corpo do artigo
O Palácio Nacional de Sintra, o Convento dos Capuchos, o Palácio da Pena e todos os monumentos geridos pela empresa Parques de Sintra encerraram durante a manhã desta segunda-feira pela primeira vez por causa de um encontro sindical. Trezentos funcionários não foram trabalhar para se reunirem num plenário convocado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (STAP), que obrigou ao fecho destas atrações turísticas. Empregados criticam salários "ridículos" e prometem greve de quatro dias, durante a Páscoa, caso as suas reivindicações não sejam ouvidas.
O descontentamento laboral de quem trabalha em alguns dos monumentos mais visitados do país já é antigo, mas Pedro Salvado, dirigente do STAP, diz que tem agravado. "Não se consegue fixar aqui ninguém, metade dos que entraram em janeiro já foram embora. Estamos a falar de pessoas que falam cinco línguas e têm uma capacidade técnica gigantesca e ganham o ordenado mínimo", criticou, acrescentando que "50% dos funcionários do Parques Sintra recebem o salário mínimo".
Pedro Salvado diz que há ainda "jardineiros, vigilantes, pedreiros, entre outros casos gravíssimos de pessoas que não conseguem ter uma vida condigna". Outra das reclamações é haver "pessoas com cargos de chefia a receber menos do que os trabalhadores subalternos".
Greve na Páscoa
O sindicato vai entregar uma carta com as reivindicações, na próxima terça-feira, ao Ministro do Ambiente, e lançar um pré-aviso de greve para o período da Páscoa, um dos picos de afluência de turistas.
A administração da Parques de Sintra, que gere o património deste município, diz que "tem desenvolvido várias diligências" para "resolver o problema estrutural que a empresa enfrenta na sua capacidade de manter os seus colaboradores e responder às principais reivindicações sindicais".
"A empresa forma, anualmente, profissionais de diversas áreas funcionais, mas não possui a capacidade para os manter ou captar", esclarece, acrescentando que "esta vulnerabilidade prende-se, maioritariamente, com razões do foro salarial".