Insegurança, ruas esburacadas, falta de médicos e de transportes - a população das zonas do Lagarteiro e de Azevedo, em Campanhã, no Porto, sente-se esquecida.
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Os moradores apresentaram um rol de queixas a uma comitiva da CDU composta por Diana Ferreira (cabeça de lista pelo círculo do Porto às legislativas), Ilda Figueiredo (vereadora na Câmara do Porto), e José Maria Gomes (eleito na Assembleia de Freguesia de Campanhã.
As palavras de Maria Marques, residente em Azevedo, espelham o sentimento de insegurança: "A partir das 19 horas fecho-me em casa, pois andar nestas ruas é um perigo, aqui ninguém se arrisca".
As queixas sobre a falta de policiamento multiplicam-se. Há denúncias de assaltos frequentes. E lamenta-se o encerramento da esquadra. Ilda Figueiredo fala de uma "desresponsabilização do Governo perante as populações, ao encerrar os serviços públicos".
Além da insegurança, os moradores denunciam que as ruas não têm qualquer intervenção há vários anos. Dizem que o piso é irregular, que há buracos "enormes" no pavimento e que os muros caídos são outro problema. Com a agravante da pouca iluminação pública, somam-se as quedas, sobretudo dos moradores idosos, que são a maioria.
Os residentes apontam, ainda, que o Centro de Saúde só conta com dois médicos de família para servir uma população de aproximadamente quatro mil habitantes, além de estar bastante degradado.
Fernando Duarte, também morador, lembrou que o Centro de Convívio e Cultural das Areias, inaugurado em junho, continua encerrado. "E sem se saber os motivos, numa zona destas tão carenciada aqui no Porto, é de facto surpreendente", apontou Ilda Figueiredo.
A pouca frequência do autocarro, a linha 400 (a única que passa na zona), foi outra das muitas queixas da população. Há "atrasos recorrentes", obrigando as pessoas a esperar "duas a três horas", lamentou um morador, rematando: "A zona de Azevedo de São Pedro continua esquecida".