Os moradores de uma rua do centro de Matosinhos estão em desespero há 19 dias. Desde do dia do apagão que não pára de tocar o alarme de um estabelecimento comercial que se encontra encerrado. Já bateram a todas as portas mas ninguém conseguiu ainda que o alarme fosse desligado.
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Desde que regressou a eletricidade no dia do apagão, a 28 de abril passado, que o alarme do espaço onde funcionou o Code Louge Bar, na rua França Júnior, no centro de Matosinhos, está a tocar, a cada dois ou três segundos, 24 horas por dia. Ninguém consegue uma noite seguida de sono há 19 dias e os moradores começam a desesperar porque já bateram a todas as portas e o alarme não é desligado.
“O bar está sem ser explorado há imenso tempo. Era um bar que provocava muito barulho, não nos dava paz. Quando encerrou, pensamos que finalmente iriamos ter sossego. Mas veio o dia do apagão. E, desde que, regressou a eletricidade que o alarme não para de tocar”, conta Marta Rodrigues Freitas.
O primeiro passo foi contatar a empresa de segurança responsável pelo alarme. Mas. Desde então, que a empresa responde o mesmo: só desliga o alarme se o proprietário do espaço o solicitar ou se alguém souber indicar o seu número de cliente, de contrato ou de identificação fiscal. E ninguém consegue esses dados.
“O proprietário do prédio é um senhor de 93 anos que reside em Vila Nova de Gaia e já não tem os contactos atualizados. A empresa que geria o estabelecimento comercial tem os contactos todos desligados”, revela aquela moradora, reconhecendo que Polícia Municipal e PSP têm feito o possível para resolver o problema. “Só que há prazos legais, não se pode entrar no edifício sem a existência de algum perigo e não há ninguém em risco. Nesta altura, a policia só pode fazer um auto”, lamenta.
A própria PSP já terá contatado a empresa privada de segurança para proceder ao desligamento do alarme à distância. Mas em vão. A resposta foi a mesma. Sem dados do cliente, nada será feito. “A solução poderia passar por desligar a eletricidade do prédio. Mandei email para a Câmara e respondeu que está a dar início ao processo interno. A empresa de segurança tem a capacidade de resolver isto em segundos, nem precisa de ir ao local e nada faz. Tenho dormido com tampões nos ouvidos e nem assim. E o pesadelo continua por causa de uma coisa tão pequena e continuamos a andar empurrados de um lado para o outro”, lamenta Marta Rodrigues Freitas.
Ao JN, a Câmara de Matosinhos refere que “a Polícia Municipal promoveu já diversas diligências junto do antigo explorador e da empresa de segurança do equipamento de alarme, mas sem sucesso”. Acrescenta que para desligar o alarme é preciso entrar em propriedade privada, algo que o município não pode fazer, de acordo com a lei. A autarquia lembra ainda que a fiscalização de alarmes não compete à Polícia Municipal, mas à PSP. “Apesar disso, continuamos a promover diligências com vista ao contacto com o proprietário do imóvel”, conclui, na resposta às questões do JN.