Cerca de 40 moradores protestaram, esta sexta-feira à tarde, em Boliqueime, contra a intenção da Câmara de Loulé de demolir habitações de madeira ilegais. Há cerca de duas semanas, o Município fez um apelo público à população, para que não coloquem casas de madeira ilegais em terrenos rústicos.
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O número de construções não pára de aumentar. Dos quase 700 casos analisados pelos serviços de fiscalização camarários nos últimos três anos, há 141 fora da lei.
Os moradores, alguns já multados pela autarquia, receiam que haja demolições e percam a sua habitação. Tem havido um fenómeno crescente de colocação de casas em terrenos rústicos. Os manifestantes defendem que a ocupação dos terrenos foi “uma inevitabilidade” face à escassez e ao preço elevado da habitação.
Falta de alternativa
“A Câmara anunciou que estão a decorrer processos para a tomada de posse administrativa de terrenos e para a demolição de casas, onde moram pessoas. É inaceitável”, lamenta Tiago Bruços, porta-voz de um movimento de moradores, que encabeçou o protesto desta sexta-feira.
A construção de casas ilegais “não foi uma primeira nem uma segunda escolha. Foi por falta de alternativa. Se a demolição for avante, vai ser trágico para as pessoas”, acrescenta ainda, O movimento vai interpelar o Município, no sentido da legalização das habitações.