Moreira de Cónegos é um bom exemplo de integração de imigrantes: "Tenho medo que isto se perca"
Vila com menos de 5000 habitantes acolhe largas centenas de imigrantes. Habitação é o maior problema, sobretudo quando os homens mandam vir as mulheres e os filhos.
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Em Moreira de Cónegos, vivem largas centenas de imigrantes - a maioria provenientes da região do Hindustão - pacificamente e perfeitamente integrados na comunidade. Nesta vila do concelho de Guimarães, com menos de 5000 habitantes, nos cafés, na Junta de Freguesia ou na farmácia, não se encontra quem tenha queixas relativamente a estes estrangeiros que trabalham, maioritariamente, na agricultura. Nas aulas de Português Língua de Acolhimento, a professora está maravilhada com estes alunos, que “reconhecem” o seu trabalho.
António Brás, presidente da Junta de Freguesia de Moreira de Cónegos, garante que o segredo da boa integração está no envolvimento de toda a comunidade na receção: autarquia, escolas, GNR e empresas. À medida que os serviços foram abandonando a vila, que fica a dez quilómetros de Guimarães e a três de Vizela, a Junta foi acumulando funções: posto dos CTT, balcão do IEFP, Espaço Cidadão. O caminho dos imigrantes, quando chegam, passa sempre por aqui, onde também existe um gabinete de apoio social constituído por uma psicóloga, uma socióloga e uma assistente social. É difícil dizer quantos imigrantes vivem na vila, os últimos Censos (2021) apontam 153 cidadãos, além dos 1580 brasileiros, a viver em Guimarães, mas só uma empresa emprega mais do que isso e muitas das mulheres não trabalham.