Passeio para ir ver nascer o sol sobre o Alqueva terminou em tragédia. Passageiro conta como veículo aéreo levantou depois de entrar na água e deixar um homem no lago.
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Um fim de semana de descanso no Alentejo terminou em tragédia para um homem de 55 anos, que morreu afogado quando fazia uma viagem de balão sobre o lago da barragem do Alqueva, na zona da Aldeia da Luz, em Mourão.
George, a vítima, residente na zona de Lisboa, já tinha marcado há meses a viagem para ir ver o nascer do sol, que as empresas da zona costumam organizar entre as seis e as oito horas. Ontem, quando seguia com mais 11 passageiros e o piloto, a viagem terminou da pior maneira. Segundo um dos passageiros relatou ao JN, quando estavam para aterrar, o vento empurrou o balão para o lago, amarando a “cerca de dois metros” da margem. O piloto pediu então que alguns dos homens entrassem na água para empurrar o cesto para a margem. Ainda segundo o mesmo testemunho, George e outro homem começaram a tirar parte da roupa para entrar na água, mas antes que o fizessem o balão voltou inesperadamente a subir, “amarando uma segunda vez, mas a uns 20 metros da margem”.
Foi nessa altura que o piloto “disse aos dois homens que já deviam ter entrado dentro de água” para empurrar o cesto para terra. Os dois entraram na água, mas o balão voltou a subir. O outro passageiro entrou para o cesto, mas George já não conseguiu.
A mesma fonte diz que à medida que o balão subia, ainda foi possível ver George a tentar nadar até à margem, mas rapidamente deixaram de o ver. “Um dos passageiros ainda enviou a localização da vítima para os responsáveis da empresa que estavam em terra, mas a partir daí não tivemos mais informação”, lembra.
Aterrou num olival
A viagem terminou com o balão a aterrar num olival privado, o que fez com que os passageiros tivessem de andar vários metros até chegar junto da carrinha pertencente à empresa dos balões. Foi já dentro do veículos que os passageiros tiverem conhecimento da morte de George.
Segundo o comandante dos Bombeiros de Mourão, Fábio Quintas, os voluntários receberam um alerta, às 10.19 horas, para “uma vítima caída de um balão de ar quente”. O corpo “estava a boiar a cerca de 200 metros da margem” quando o aviso chegou ao quartel. Os Bombeiros de Mourão mobilizaram uma ambulância, uma embarcação e uma viatura de apoio, mas quando chegaram ao local o corpo “já estava na margem”, desconhecendo o contexto.
A autópsia irá determinar a causa da morte, mas o caso foi entregue à Polícia Judiciária, que ontem à tarde interrogou os responsáveis da empresa, os 12 passageiros e o piloto que iam dentro do cesto.
O passeio, organizado pela empresa Windpassenger, envolveu um segundo balão, que não teve problemas. O JN contactou ontem a empresa, mas não obteve resposta.