<p>Uma descarga de cerca de 30 mil volts foi fatal para um homem, de 32 anos, que morreu ontem, segunda-feira, electrocutado quando fazia trabalhos de limpeza na Siderurgia Nacional, em Paio Pires, Seixal. O irmão gémeo trabalhava ao seu lado.</p>
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"Estavam os dois a trabalhar. Foi chocante para o irmão", adiantou ao JN um trabalhador da empresa, que optou pelo anonimato. "Houve uma falha humana. Deixaram uma das caixas que eram para ser limpas com carga. Os rapazes começaram numa ponta e foram vendo se havia ou não carga. Mas como os primeiros não tinham corrente, ganharam confiança", acrescentou.
Os dois irmãos trabalhavam para a empresa FPB Solutions, de Leça do Balio, Matosinhos, que recebeu indicações expressas da família para não divulgar a identidade do trabalhador. Segundo fonte da empresa, era habitual a FPB prestar serviços na Siderúrgia Nacional.
"O funcionário teve um acidente e morreu electrocutado", avançou ao JN o comandante dos Bombeiros Voluntários do Seixal, António Matos, desconhecendo o que se terá passado. "Quando chegámos já tinha acontecido", comenta.
O acidente ocorreu por volta das 9.30 horas numa subestação do complexo industrial, onde estavam outros operários que receberam de imediato assistência do Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise do Instituto Nacional de Emergência Médica, que marcou presença também com a Viatura Médica de Emergência e Reanimação de Almada.
"No posto médico estavam, umas sete ou oito pessoas. Estavam todos muito abalados com o acidente. Até a pessoa que marcou as caixas estava a sofrer", nota o trabalhador.
As investigações estão a cargo da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT). "Estamos a acompanhar a situação", adiantou ao JN fonte do organismo, remetendo para hoje possíveis conclusões.
A GNR esteve igualmente no local. "Houve um óbito por electrocussão. É um indivíduo do sexo masculino", limitou-se a confirmar fonte da corporação, explicando que, por ser uma diligência da competência da ACT, os militares apenas salvaguardaram o local até à chegada dos inspectores.
O JN tentou contactar a administração da Siderúrgia, mas, primeiro no edifício-sede, presencialmente, depois via telefone, ninguém se mostrou disponível para prestar esclarecimentos.