Albertina Monteiro, 75 anos, passava, ontem, quarta-feira, à hora e local milimetricamente exactos onde terminaria um despiste, no centro de S. Tomé de Negrelos, Santo Tirso. A marcha do carro findou contra o corpo dela, esmagando-o violentamente num muro que caiu.
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"De manhã, estava a pentear-me e disse, com Deus e comigo: 'É agora, pelos Santos, que morrem pessoas que não estão doentes". A intuição de Maria do Céu Ribeiro cumprir-se-ia momentos depois, com a vizinha, Tina - como era conhecida -, a falecer esmagada por um automóvel desgovernado, a poucos metros de casa.
"Era a hora de ela ir ao pão e tomar um cafezito", contava Maria Andrade. E Albertina foi, como todos os dias, pelas 10 horas, Rua José Luís Andrade acima, estrada de curvas, sem passeios, berma curta, dois sentidos e largueza de menos de quatro metros.
O veículo que a colheu descia. Foi embater no lado direito, onde seguia a septuagenária, perto das obras de construção da nova escola básica.
"A condutora disse que sentiu o carro fugir e que, depois, rodopiou. A única imagem que ela tem é da senhora com as duas mãos no ar, a dizer: 'Ai, meu Deus'", contou, ao JN, Amândio Alves, referindo que a mulher ficou em estado de choque.
"Toda a gente disse que ela não vinha de força", apontou, ainda, Maria Andrade. Certo é, porém, que a idosa morreu no local, esmagada na zona do abdómen, o corpo atirado para lá do muro.
Os Bombeiros de Vila das Aves transportaram-no para o Instituto de Medicina Legal de Guimarães, onde será autopsiado.
"A estrada é um pouco perigosa. Mesmo indo rente à parede", salientou Maria Andrade.