Madeireiro terá inalado gases tóxicos, na quinta-feira, quando procedia a trabalhos de limpeza no interior de um poço, em Alombada, Macinhata do Vouga, Águeda. O acidente já tinha vitimado outro homem.
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Natálio Dias, de 64 anos, o madeireiro que ficou ferido com gravidade quando estava a fazer limpezas no interior de um poço, na quinta-feira de manhã, em Alombada, Macinhata do Vouga, Águeda, morreu na tarde desta sexta-feira, no Hospital de Aveiro. Incidente já tinha vitimado também Bruno Almeida, de 41 anos, que estava a ajudar o vizinho.
Natálio Dias estava a fazer a limpeza de um poço inativo que tinha num terreno quando perdeu os sentidos, alegadamente devido à inalação de gases tóxicos. Para o ajudar, Bruno Almeida entrou de imediato no poço. Ao que tudo indica, ainda terá conseguido ajudar o filho de Natálio - que também estava no terreno a ajudar - a tirar o pai para a superfície, com o suporte de uma corda envolta no corpo do madeireiro e com um trator no exterior, a puxar. Mas também ele acabaria por perder os sentidos.
Quando os bombeiros de Águeda chegaram ao local encontraram os dois homens em paragem cardiorrespiratória - com o mais novo ainda dentro do poço -, tendo sido efetuadas manobras de reanimação. Ambos acabariam por ser transportados, com vida, mas em estado muito grave, para o Hospital de Aveiro. Bruno Almeida viria a morrer, pouco depois. E Natálio, que entrou em paragem cardiorrespiratória, várias vezes, no caminho até à unidade hospitalar, acabaria por ficar internado nos Cuidados Intensivos, em estado crítico. Mas, esta sexta-feira, não resistiu aos danos causados pela inalação de gases, falecendo.
Jorge Almeida, presidente da Câmara de Águeda, prestou condolências à família das vítimas, nas redes sociais. "Os amigos nunca morrem. Abraço-vos, porque sei que me abraçarão, onde quer que estejam. Abraço também as vossas famílias, tentando minimizar as suas dores, nestes dolorosos momentos", referiu o autarca.
Ambas as vítimas eram bastante conhecidas no concelho. Natálio Dias, madeireiro de profissão, era casado e tinha filhos, maiores de idade, tal como netos. Bruno Almeida, praticante de BTT e instrutor da modalidade, era vendedor e representante de um fabricante de bicicletas de ciclismo. Deixa mulher - que também compete em BTT - e dois filhos menores.