<p>Alda Mariette perdeu a vida aos 18 anos, após ter sido colhida por um comboio, quando atravessava a linha, em Ermesinde, Valongo, ao princípio da tarde. Uma colega de escola ainda tentou puxá-la mas não evitou o acidente.</p>
Corpo do artigo
A estudante, do 11.º ano, ficou de encontrar-se com colegas para viajar de comboio até ao Porto, onde iriam participar numa visita de estudo ao Palácio da Bolsa, contaram, ao JN, alunos da mesma turma, que não continham as lágrimas ao recordar o acidente. Alda Mariette, que queria atravessar do lado de Ermesinde, onde fica o apeadeiro da Palmilheira, para o de Águas Santas, deixou passar um primeiro comboio. Começou logo a atravessar no passadiço, mas foi surpreendida por um Alfa Pendular que circulava em sentido contrário e que a projectou para o meio da via.
Alda Mariette, de Milheirós e aluna da Secundária de Águas Santas, estava com duas colegas e era quem ia à frente. Joana tentou agarrá-la, mas só conseguiu evitar que a outra amiga fosse apanhada. Sara, também de 18 anos, continuava a chorar uma hora depois do acidente, enquanto se afastava do apeadeiro. Ao JN, contou que a irmã Joana ainda "puxou" pela vítima e até "rebentou" a carteira. Na mão, amigos e colegas que ali ficaram após a tragédia, guardavam com carinho uma recordação de Alda Mariette: quatro pedras com sangue da vítima que retiraram da linha. "É a única lembrança que temos dela", explicou Sara que, tal como Iuri, Ricardo Lima, ambos da turma da vítima, e Diogo Balula, o "melhor amigo" dela, estavam em estado de choque. Aguns já estavam no Porto para a visita e voltaram para trás. Do prédio junto à linha, contaram ainda, algumas pessoas gritaram para tentar avisar as jovens.
Entretanto, quem ali esperava pelo comboio questionava-se sobre a mancha de sangue visível do lado de Águas Santas. No local, tinham estado o padrasto e o namorado da vítima. A mãe, Mariette Fonseca Lima, mal conseguia falar, quando contactada pelo JN. "Não me deixaram ir ao local", explicou. Em casa, muita gente para dar apoio. Muitos carros à porta.
O segundo comandante dos Bombeiros de Ermesinde, Emanuel Santos, explicou que chegaram ao apeadeiro poucos minutos após ser chamados, às 13,40 horas. No local, ouviram-se críticas ao serviço do 112 porque "ninguém atendeu" e tiveram de ligar aos bombeiros. Cerca de 10 minutos depois, chegou o INEM e a psicóloga e, em seguida, a PSP. A jovem ficou logo sem vida, mas o corpo intacto. Os traumatismos internos foram fatais. Criticada foi também a falta de sinalização e de semáforos. Embora seja uma recta, os clientes do serviço de comboio insistem que não há segurança, sobretudo para os menores que ali passam.