Morreu aos 85 anos Nuno Álvaro Vaz, fundador da Obra Social Padre Miguel, em Bragança, da qual foi também benemérito e presidente durante vários anos.
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“Quem pode deve ajudar quem precisa” era o lema de vida de Nuno Álvaro Vaz, que foi um das personalidades escolhidas pela revista Notícias Magazine para a rúbrica Portugueses Extraordinários, em 2016, pelo seu trabalho e dedicação ao voluntariado e à solidariedade durante toda a vida.
Há três décadas, pelo Natal, ele e a esposa enviavam cabazes de bens de primeira necessidade aos mais carenciados de Bragança, mas faziam-no de forma anónima. Foi assim que se aperceberam da existência de uma franja de população pobre e sem apoio e começou a sonhar com a criação da Obra Social Padre Miguel.
A ajuda ao próximo começou dentro das suas próprias empresas. Nuno Vaz foi proprietário de várias papelarias, onde já em 1973 pagava aos funcionários 15 salários por ano. Como voluntário, passou pelo Grupo Desportivo de Bragança, pelos Bombeiros, Clube de Caça e Pesca, Festas da Cidade, foi autarca da antiga Junta de Freguesia da Sé, em Bragança, antes de o cargo ser remunerado. O velório está marcado para amanhã, a partir das 10 horas, na Igreja da Misericórdia, em Bragança, onde também se realizam as exéquias fúnebres. O corpo segue depois para o crematório de Valpaços.
Referência na região
A Obra Social Padre Miguel é das maiores instituições de solidariedade social de Trás-os-Montes e uma referência de solidariedade no país. Dá apoio a mais de 60 crianças e a mais de 80 idosos em lar social e lar residencial, cerca de uma centena em apoio domiciliário. Cada utente paga em função do rendimento.
A construção da sede da instituição era um dos maiores sonhos de Nuno Àlvaro Vaz, um empresário brigantino, que dedicou a vida àquela Obra e à solidariedade. Conseguiu uma verba ao abrigo do Programa PARES da Segurança Social para lançar o projeto classificado “de referência” e recorreu à banca para contrair um empréstimo de dois milhões de euros. Antes de chegarem ao funcional edifício que ocupam atualmente, inaugurado em 2008, foi necessário percorrer um longo caminho que começou em Março de 1992, em instalações emprestadas, quando o trabalho passava por distribuir cabazes de alimentos e roupas na cidade.