A mulher de 52 anos que ficou ferida na sequência de um incidente com pólvora durante uma recriação histórica no passado dia 28 de junho, em Boticas, acabou por morrer no hospital, esta segunda-feira, confirmou Paulo Martinho, da empresa WilCôa, citado pela Lusa.
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A deflagração de pólvora negra ocorreu nos bastidores da reconstituição das Invasões Francesas, um evento organizado pelo município de Boticas em conjunto com a Associação Napoleónica Portuguesa e a empresa WilCôa, Lda. Duas pessoas ficaram feridas, a mulher de 52 anos e um homem de 64. As vítimas foram transportadas para um hospital no Porto, de onde foram transferidas para o Hospital de São José, em Lisboa.
Segundo apurou o Jornal de Notícias, a vítima mortal é Sónia Ribeiro, presidente da Associação 13 de Setembro, militante comunista e residente em Sobral de Monte Agraço, nem Lisboa, segundo divulgaram os responsáveis da associação no Facebook. A Associação 13 de Setembro e a CDU deixaram palavras de pesar e de consternação na rede social.
Ambos os feridos eram recriadores históricos e tinham larga experiência de manuseamento de peças de artilharia. O outro ferido continua hospitalizado.
Paulo Martinho descreveu a situação que aconteceu em Boticas como “inédita” e explicou que “não houve nenhuma explosão”, mas “simplesmente uma ignição dentro da caixa” onde estavam cargas de pólvora negra para serem disparadas no canhão, referiu à Lusa.
Essa caixa de madeira ardeu, num dia muito quente e apesar de estar à sombra, sem causas identificadas até agora. Tratava-se de uma recriação de época do século XIX, das invasões francesas em Portugal.
“E queremos perceber o que é que aconteceu para futuramente evitarmos este tipo de situações e estamos a articular isso com o município de Boticas, com a Associação Napoleónica Portuguesa, que coordena tudo o que é recriação de época do século XIX, das invasões francesas em Portugal e que tem muitas dezenas de associados que quase semanalmente lidam com pólvora e armas do século XIX”, referiu Paulo Martinho à Lusa.
Depois do incidente, a Lusa contactou o Comando da GNR de Vila Real que disse que os militares estiveram no local e recolheram informação sobre o incidente, que foi remetida para o Ministério Público e para a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).
A Guarda confirmou ainda, junto da PSP, que as vítimas estavam habilitadas com a licença de uso e porte de arma dos artefactos em causa, havendo ainda autorização legal para a aquisição da pólvora negra.