O Mosteiro de Santa Maria de Semide, em Miranda do Corvo, tem a marca de três grandes incêndios. O primeiro, no século XVII, delimita-lhe a riqueza do património, o último, em 1990, limita o presente e o futuro deste edifício, fundado entre 1148 e 1150, pouco depois de Portugal nascer.
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Visto de Norte, o Mosteiro de Santa Maria de Semide aparenta estar em condições. Uma tarja do CEART, Centro de Formação Profissional para o Artesanato e Património, sinaliza o uso atual, nas alas norte e poente, que acolhem também o lar da Cáritas Diocesana de Coimbra. No terreiro, a torre sineira, inclinada para a frente, aponta as ruínas dos incêndios de 1964 e 1990 e os sinais de décadas à espera de obras, nas alas nascente e sul.
"Está assim há anos, desde que retiraram a grua", diz o presidente da Junta de Freguesia de Semide e Rio de Vide, Luís Martins, apontando às mansardas modernas que saltam à vista no mosteiro. "Aquilo é o telhado do que era para ser ou vai ser o auditório", explica.