A Torre dos Clérigos, no Porto, vai acolher durante quatro meses uma coleção que reúne pela primeira vez o acervo pessoal de dois colecionadores americanos e de um português apaixonados pela cerâmica de Pablo Picasso. A expectativa é que a mostra possa chegar aos 50 mil visitantes.
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A exposição "Picasso e a Cerâmica: o Génio de uma Arte Maior", composta por 32 peças do mestre espanhol, é inaugurada nesta quinta-feira, às 21 horas. Para o público em geral as portas abrem-se no dia seguinte. O bilhete só para a mostra custa cinco euros. A entrada para subida à torre (que custa oito euros) permite acesso gratuíto à exposição.
"Vamos, neste espaço icónico, com esta carga histórica, revelar pequenos tesouros como este, proporcionando deslumbre com arte com projeção mundial", começou por revelar o padre Manuel Fernando, presidente na Irmandade dos Clérigos, na conferência de imprensa de apresentação da iniciativa, contando, orgulhoso, que a exposição começou a ser pensada "há um ano".
Ainda que tenha contado que os donos da peças, particulares, "tiveram muito dificuldade em partilhar as obras de arte, com receio do que lhes possa acontecer", Manuel Fernando revelou que os contactos "aconteceram na sequência da exposição que os Clérigos organizaram sobre o artista plástico Kandinsky", que recebeu cerca de 30 mil visitantes.
"A expectativa é que a exposição de Pablo Picasso possa atingir os 50 mil visitantes", comentou o padre Manuel Fernando, consciente que a "fasquia está alta".
Uma das salas do Museu dos Clérigos estará até 12 de janeiro transformada numa espécie de ateliê de Pablo Picasso, com fotografias do artista que nos remetem para esse universo. Aliás, numa dessas fotos surge junto da obra "Rosto de mulher" e é possível admirá-la ao vivo.
Com peças datadas dos anos 50, 60 e 70, destaque para o "Mocho-da-Floresta", um jarro de cerâmica branca de 1968, para onde o olhar foge mal se entra na exposição.
Já sobre o colecionador português que cedeu uma peça para a mostra, o padre Manuel Fernando referiu apenas que o dono tem a a obra "há 20/30 anos".
"Ao trazer esta coleção única dos EUA para o nosso espaço, pretendemos não só enriquecer a oferta cultural do Museu dos Clérigos, mas também contribuir para afirmar e potenciar a cidade do Porto enquanto um epicentro de excelência cultural, no panorama internacional das artes, onde o património histórico se funde harmoniosamente com a arte contemporânea", concluiu o padre Manuel Fernando.