<p>Os aviões da Red Bull Air Race já testam os ares do Norte e ultimam-se os preparativos para um fim-de-semana de intensa competição. O aeródromo da Maia foi o local para os primeiros voos. Hoje, quarta-feira, o circo dos ares muda-se para o Porto.</p>
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Os potentes roncos das pequenas máquinas voadoras da Air Race quebraram o habitual silêncio da serra, em Vilar de Luz. Encostadas às grades do aeródromo da Maia, várias dezenas de pessoas olhavam com espanto e admiração as trajectórias rápidas e sinuosas que os coloridos aviões efectuavam nos céus. Está de volta a Portugal o circo dos ares da Red Bull para, mais uma vez, sobrevovar o rio Douro a baixa altitude.
Ontem foi o dia de apresentação oficial do evento, mas os pilotos, ao mesmo tempo que respondiam às solicitações dos jornalistas, aproveitavam para afinar os motores e provar os céus portugueses. Vindos de Budapeste, mesmo depois de uma viagem de dois mil quilómetros com várias paragens de abastecimento, para os 15 pilotos que vão estar em competição qualquer motivo é um bom motivo para levantar voo.
"É uma paixão e um estilo de vida", diz o veterano Peter Besenyei, um dos mentores da competição. Desde os seis anos que o húngaro soube que queria ser piloto e aos 15 assumiu pela primeira vez os comandos de uma aeronave. Volvidos 38 anos, a Air Race é a desculpa ideal para continuar no limite. "Temos a possibilidade de voar em cidades fantásticas, como aqui no Porto, e podemos voar debaixo das pontes e no meio das cidades, bem baixinhos, junto à terra", explica.
No entanto, confessa que só consegue verdadeiramente sentir-se "livre" quando voa fora de competição. "Quando estou em prova tenho de me concentrar completamente na rota e na pista. Se estivermos demasiadamente relaxados não conseguimos competir, mas se estivermos nervosos também não é bom . Emocionalmente, precisamos de nos situar algures no meio".
Besenyei diz, ainda, que esta é uma das suas etapas preferidas, em parte, por culpa da mulher. "É um circuito muito bonito. A minha mulher acompanha-me sempre todos os anos, porque o Porto é a sua cidade favorita. E, depois da corrida, ficamos sempre mais alguns dias para descansar e beber um bom vinho".
A organização portuguesa confirma que a nossa arte de bem receber é uma das mais-valias do evento de Porto e Gaia. "Gostam de vir cá, não só por causa do circuito mas também porque a hospitalidade portuguesa é característica. Estão bem instalados e o clima e a comida são óptimos", afirma André Carvalho, da Red Bull Portugal.
Aliás, o bom ambiente é uma imagem de marca do campeonato. "Comparativamente com outros desportos motorizados, há aqui muita amizade e companheirismo. Apesar de a competição estar ao rubro, nota-se que estão muito tranquilos", descreve André Carvalho.
Quanto aos preparativos e à logística, o responsável assegura que está tudo a "correr bem e tranquilamente", graças à "experiência e boa organização". Hoje, aviões, pilotos e equipas mudam-se para o aeroporto da Red Bull, no Queimódromo, junto ao Parque da Cidade do Porto, donde partirão, depois, para o circuito no Rio Douro.