Recusas acontecem apesar de o transporte do animal ser obrigatório por lei. Incumprimento pode levar a coimas a partir de dois mil euros.
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Em poucos dias, João Lourenço viu-se confrontado com o facto de dois motoristas de plataformas eletrónicas de transporte de passageiros (TVDE) recusarem fazer a viagem por estar acompanhado por um cão-guia que o ajuda a minimizar as limitações de ser cego. Os últimos casos aconteceram em Braga, de onde é natural, mas também já tinha tido “recusas explícitas” no Porto e em Lisboa. A Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) tem recebido “diversas denúncias” semelhantes, apesar de o transporte do cão-guia estar enquadrado na lei, que prevê coimas a partir de dois mil euros para quem não cumprir.
“O que está a acontecer é que alguns motoristas simplesmente ignoram a legislação, não querem saber”, diz ao JN João Lourenço, de 37 anos, que desde 2015 é acompanhado pelo cão Viseu. Utilizador regular de veículos TVDE, assegura que já tinha tido “más experiências”, mas que as duas últimas recusas, à porta de casa, o “chocaram” mais por terem sido feitas “cara a cara”.