"Nenhum juiz ou juíza pode deixar de dizer à empresa [Fernando Couto-Cortiças] que está sem razão nas suas atitudes", afirmou, este sábado, em Mozelos, Feira, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos.
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O responsável sindical participou, esta tarde, em mais uma iniciativa solidária para com Cristina Tavares, despedida depois de denunciar assédio moral na empresa, deixando recados à justiça.
As declarações surgiram a propósito da audiência que vai decorrer no próximo dia 28, no Tribunal da Feira, relativa à impugnação que a corticeira de Paços de Brandão, Feira, intentou contra a multa de 31 mil euros de que foi alvo por parte da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), por assédio moral sobre a trabalhadora.
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Arménio Carlos lembrou que "a melhor testemunha de Cristina Tavares é a ACT, que atuou e confirmou que ela estava a ser vítima de assédio e trabalho improdutivo", explicou.
"Ninguém está acima da lei e nenhum patrão poderá deixar de respeitar uma decisão do tribunal", frisou. "É preciso que se faça justiça de forma célere", acrescentou, numa referência à possível decisão dos tribunais em obrigar a empresa a reintegrar a trabalhadora.
Arménio Carlos garantiu que "a luta nacional por quem não tem voz ou não quer dar a cara vai continuar" tendo como mote, "o grande exemplo que esta mulher está a dar".
O secretário-geral da CGTP IN recordou, ainda, a moção de solidariedade recentemente aprovada na Assembleia da República. "Já não é a luta de uma trabalhadora apenas, mas de muitos trabalhadores contra muitas empresas que ainda continuam a violar os direitos laborais".
Também o ex-dirigente do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, marcou presença na "corrente solidária". Disse que se trata de um "caso impressionante de prepotência laboral" e que Cristina Tavares tem dado "um exemplo de persistência, sensatez e dignidade comovente e mobilizadora". "Espero que as decisões dos tribunais lhe venham a dar a razão", referiu.
Alírio Martins, coordenador do Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte, afirmou que esta foi mais uma das várias iniciativas de solidariedade que se vão prolongar nos próximos meses e, "se for preciso, todo o ano".