Buracos na Avenida de D. Afonso Henriques e na Rua de Brito Capelo, duas das principais artérias de Matosinhos, são um risco para quem circula a pé.
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Quem passa na Avenida de D. Afonso Henriques, em Matosinhos, no troço entre a fonte luminosa e a Estrada da Circunvalação, não pode deixar de reparar no mau estado dos passeios. Os buracos têm provocado várias vítimas e quem se queixa diz que a situação dura há anos. Também o piso desnivelado na Rua de Brito Capelo suscita críticas. A situação em duas das principais artérias do concelho espelha um cenário que se estende a ruas de várias freguesias. O JN questionou a Câmara, mas não obteve resposta em tempo útil.
Ao JN, Maria Bastos fala do seu caso, que lhe deixou marcas para a vida."Há dois anos, caí no passeio [da Avenida de D. Afonso Henriques], parti uma perna e tive de ser operada. Ainda hoje faço fisioterapia. Nunca mais fiquei bem", diz, desgostosa, próximo do local do acidente e por onde continua a passar com frequência, pois trabalha na zona. Maria Bastos consegue andar, mas a marcha ficou afetada e isso é perfeitamente visível. Acrescenta que expôs o sucedido e que ninguém a atendeu.
Rogério Melo é outro dos queixosos. Vive por perto. Veio do Brasil e questiona-se sobre quem será responsável pela "intervenção, que urge acontecer". Já teve de acudir a uma idosa que caiu nas "armadilhas". A avenida tem árvores e parte dos danos nos passeios terá a ver com as raízes. Outro morador, João Mendes, não poupa nas palavras: "É uma vergonha. Dura há cinco anos". João tem uma dificuldade acrescida, pois é pai de duas crianças: "Transportar o carrinho de bebé torna-se difícil". Deixa ainda o alerta que, tal como está, a via é um "obstáculo para quem se movimenta em cadeira de rodas".
"Insatisfação é geral"
Em Brito Capelo, uma das principais artérias comerciais da cidade e que é atravessada pela linha do metro, o problema é o piso desnivelado, que pode passar despercebido, mas vai causando vítimas. Na rua multiplicam-se as queixas. Álvaro Tavares faz caminhadas diárias em Brito Capelo. Diz ter assistido a "muitos tombos" e que a "insatisfação é geral". Considera que "uma intervenção com remendos nunca será a solução" e confessa que, apesar de conhecer a rua, tem de andar com atenção, sob pena de tropeçar.
Nas redes sociais, no grupo "Matosinhos, Terra de Horizonte e Mar", há relatos de trambolhões, um deles registado no mês passado, com lamentos para a falta de apoio a quem caiu e foi hospitalizado. Noutra publicação, também de abril, com uma foto de uma ambulância que havia sido chamada para socorrer um peão, foi deixada a seguinte mensagem: "Quantas mais pessoas terão de cair para se arranjar a calçada?"