O movimento "Vencer e Viver" existe na unidade de Famalicão do Centro Hospitalar do Médio Ave há poucos meses. As voluntárias apoiam doentes com cancro da mama dando o seu testemunho de ex-pacientes.
Corpo do artigo
Ilídia Leite teve cancro da mama e considera que dar o seu testemunho pode ser um "contributo para com o próximo". A ela juntam-se Ana Maria e Rosa Fernandes, que também já passaram pelo problema, formando assim o núcleo do movimento.
As três constituem, para já, o movimento "Vencer e Viver", que recentemente nasceu no hospital de Famalicão no âmbito da Associação de Voluntariado que existe na unidade de saúde há vários anos. Depois de assinado o protocolo com o Instituto Português de Oncologia o movimento ficou oficialmente formado sendo que as voluntárias tiveram até, alguma formação no IPO do Porto.
"Escutar é muito importante. Este é um dos elementos fundamentais no apoio", diz Ilídia, acrescentando que dar o testemunho pessoal às doentes que estão no momento a atravessar o problema é "essencial".
As voluntárias vão apoiando as doentes que têm cancro da mama dirigindo-se a elas pessoalmente, mas o movimento possui um espaço à entrada da unidade de saúde onde pode ir quem assim o desejar. De resto, Ana Maria e Ilídia Leite consideram "extremamente importante" passar o testemunho de que já passaram pela doença e a venceram a quem está numa fase difícil.
"Estamos disponíveis para apoiar toda a família, se for preciso", diz Ana Maria corroborada por Ilídia. Esta voluntária sublinha a importância do apoio do marido até porque os tratamentos levam, muitas vezes, à alteração do corpo da mulher.
Maria Glória já conhecia o voluntariado que existia no hospital e, durante o tempo que ali passou e até mesmo agora, contou sempre com as palavras "amigas" dos voluntários. Foi operada à mama no início de 2008 e diz frontalmente que não tem "vergonha nem problemas" em falar do assunto ou dar a cara.
Nunca teve sintomas e quando lhe disseram que sofria da doença conta ter ficado em "pânico" porque se sentia "bem e cheia de força". "É importante falar com alguém que passou pelo mesmo e que muitas vezes, nos esclarece sobre algumas coisas", diz Maria Glória, que está a pensar falar com o médico sobre a reconstrução mamária.
"Às vezes levar um sorriso é muito gratificante", conclui Ana Maria que se atrasou um pouco para a reportagem porque passou por uma pessoa que "precisava que alguém escutasse".