As cinco Câmaras já participam em áreas como a promoção, mas desejam intervir no ordenamento, na gestão de recursos e no plano de investimentos.
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Os cinco municípios abrangidos pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) reclamam uma nova versão com mais poderes do modelo de cogestão daquele território, iniciado há dois anos e que culminou com a apresentação há dias de seis candidaturas (no montante de até 150 mil euros cada uma) ao Fundo Ambiental para valorização e promoção da área protegida. De uma primeira fase de partilha de gestão resultou também a elaboração de um plano de ação, que em breve será submetido a consulta pública.
Os municípios envolvidos - Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e Melgaço (distrito de Viana do Castelo) Montalegre (Vila Real) e Terras de Bouro (Braga) - querem mais e passar mesmo a funcionar como "entidade gestora".
"Estes dois anos permitem-nos dizer isto: estamos em condições de poder avançar para um modelo de cogestão 2.0. Ou seja, o avanço. Podermos também partilhar mais aquilo que são as decisões sobre o dia a dia e o futuro que queremos para o único parque nacional que existe em Portugal", afirmou João Esteves, autarca de Arcos de Valdevez, representante dos municípios do PNPG, referindo que "há um conjunto de áreas que não estão envolvidas [nesta cogestão] e sobre as quais gostaríamos de poder dar o nosso contributo na decisão".
Por agora, de acordo com o protocolo para a cogestão assinado em 11 de outubro de 2020, os municípios participam conjuntamente com outros parceiros estratégicos (como instituições de ensino superior, organizações não governamentais e baldios) na gestão ao lado do ICNF nos assuntos da promoção e valorização do território.
João Esteves entende que deveriam participar também em áreas como "ordenamento, planeamento, gestão de recursos e plano de investimentos. No fundo, diz o autarca, "era podermos ir mais além e aparecermos com uma entidade que gere um território", considerando que aquela área protegida "deve ser um desígnio nacional, um desígnio do Estado, dos governos, para que haja condições para que se possa efetivamente investir, preconizando um desenvolvimento sustentável".
Defende ainda que devem ser disponibilizados "fundos específicos" para perseguir esse objetivo, em conformidade com o plano de ação entretanto desenhado de forma partilhada.
Num balanço dos dois anos de cogestão, Sandra Sarmento, diretora regional do Norte do ICNF, considerou que "foi muito importante colocarmos à mesma mesa um conjunto de atores do território, que o pensam e que querem o melhor para o PNPG". E explicou que o objetivo das primeiras candidaturas, apresentadas a 14 de outubro ao Fundo Ambiental, visam "valorizar o parque e promover a melhoria das condições para o visitar".
"Cada candidatura tinha um valor máximo de 150 mil euros. Estamos a falar de seis candidaturas que versam desde a colocação de sinalética à homologação de percursos, passando pela melhoria de trilhos e de áreas de miradouro, ações de promoção e divulgação", descreveu.