O S. João também rima com rap. E com grafitos. No JN já cheira a festa. Send, writer, fez o mural. Bezegol, rapper, inspirou-se e deu o tema para a noitada que se avizinha. O pátio de S. João, criado nas instalações do JN, está pronto. E quem quiser pode visitá-lo.
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Foram precisas mais de oito horas para o cenário ficar pronto. Trabalho de minúcia. Filigrana com tintas da autoria de Send, remetendo quem lá passa para o universo sanjoanino, a festa do povo e do manjerico. A obra foi nascendo ao ritmo da música, o leitor a debitar palavras, Send a manipular as cores, a transformar a parede irregular, insossa, em mural de arte que se quer popular. Como o santo. Da Foz ao Bolhão, como diria Bezegol, na letra do rap feito ali na hora, sem ensaios. Meteu sardinhas, pimentos, balões e dragões ao barulho.
"Não sei se vou conseguir fazer o trabalho a tempo. Tenho medo que chova", desabafava o writer, com o mural ainda no início, por volta das cinco da tarde, mergulhado em pequenos detalhes a desenhar a serra do Pilar, em Gaia.
"Adoro trabalhar com o Send. É um grande artista e fonte de inspiração", dizia Bezegol, enquanto explicava que o último projecto que tinham feito juntos foi em 2009, quando o writer passou para o mural a capa do disco do rapper.
Ninguém ficou indiferente ao Pátio do S. João. Quem por ali passava demorava-se a apreciar a pintura e o momento criativo de Bezegol. Chegou com uma mochila tecnológica, colunas incorporadas, e fez o rap ali mesmo, redigiu a letra ao som de um beat em "estreia mundial".