Homenagem a Aristides de Sousa Mendes em Cabanas de Viriato, terra do homem que também vai ter um museu.
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Tem 12 metros de altura, 10 de largura e está a ser erguido por um artista da terra. João Figueiredo, com nome artístico Pompeu, está quase a terminar a obra que a Junta de Freguesia de Cabanas de Viriato, Carregal do Sal, lhe confiou: fazer um retrato de Aristides de Sousa Mendes, o diplomata “filho da terra” que salvou milhares de judeus com a emissão de vistos durante a Segunda Guerra.
A sombra do Aristides de Sousa Mendes, explica Pompeu, “está pintada a riscas cinzentas e azul a fugir para o roxo, que eram as cores das vestes dos judeus nos campos de concentração”. “Estão na sombra do rosto precisamente porque os judeus, representados pelas estrelas, eram o peso que o diplomata carregava”, justifica o artista.
Estão também representados o carimbo, a assinatura do cônsul e a linha de caminho de ferro “com quatro paragens importantes por onde passaram os judeus até chegarem a Cabanas de Viriato” No final da linha de caminho de ferro vai estar representada a Casa do Passal, morada de Aristides de Sousa Mendes, destino “final” dos judeus, acrescenta.
O projeto da Junta de Freguesia tem dois anos. “A autarquia tinha interesse em homenagear Aristides de Sousa Mendes e foi esta a forma que descobrimos para o fazer. Lançamos a ideia ao nosso artista e está magnífico”, considera o presidente da Junta, Nuno Seabra.
Museu abre em julho
A Casa do Passal está em obras. Ali vai nascer um museu que vai refletir sobre a ação de um homem que salvou milhares de vidas durante a Segunda Guerra.
“É uma forma de devolvermos esperança, numa altura em que vivemos com tanta falta de valores na nossa sociedade, através do exemplo de Aristides”, afirma o presidente da Câmara de Carregal do Sal.
Todo o espaço exterior será igualmente alvo de uma intervenção. Os jardins vão ser espaço para espetáculos musicais, recordando a ligação da família de Aristides à música.
A Casa do Aido, onde nasceu o cônsul, também foi, recentemente, adquirida pela Câmara e pelo Governo, com o objetivo de ali ser construído um centro de acolhimento de refugiados.