O Museu Marítimo de Ílhavo (MMI) quer preservar a identidade e a memória dos pescadores que andaram ao bacalhau no último meio século e apela a que forneçam dados para o portal Homens e Navios do Bacalhau.
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Nuno Miguel Costa, diretor da unidade museológica, acredita que a Festa dos Bacalhoeiros, que se realiza em Ílhavo, concelho onde está o principal porto nacional deste tipo de embarcações, será um momento importante para sensibilizar os 'homens do mar' para o projeto.
O portal, de âmbito nacional, tem atualmente cerca de 22 mil entradas e tem sido construído a partir das fichas de inscrição marítimas do Grémio dos Armadores, que existiu até ao final do Estado Novo, em 1974. Com a extinção da organização, o museu deixou de ter um fundo documental que reunisse dados, não lhe restando outra solução que não seja apelar à colaboração individual dos pescadores.
“Podemos acrescentar novos registos a partir de 1974 e identificar novas tripulações praticamente até à atualidade, mas já não é um trabalho que o museu consiga fazer sozinho. Têm de ser as pessoas, que têm as cédulas, a vir ter connosco”, explica, ao JN, Nuno Miguel Costa.
Festa para "captar" pescadores
É através do portal “que todos os pescadores têm a sua identidade própria, nesta memória que é comum a todos e transversal ao litoral português”, acrescenta o diretor do MMI. A Festa dos Bacalhoeiros, que reúne muitas pessoas ligadas ao setor, será um momento importante para explicar o projeto e “captar” pescadores, sobretudo os de idade mais avançada.
A festa está marcada para dia 23 de agosto, um mês mais cedo do que nos anos anteriores devido à data das eleições autárquicas, apurou o JN. Será, refere a Câmara em comunicado, um “espaço de encontro de pescadores bacalhoeiros de várias gerações e oriundos de diversas comunidades marítimas”. Do programa faz parte uma visita ao MMI e ao seu aquário de bacalhaus, almoço, entrada no Navio-Museu Santo André e uma atuação musical. O bilhete custa 20 euros e a participação é limitada a 230 pessoas.
Independentemente de estarem ou não presentes, os pescadores que quiserem colaborar com o projeto podem entrar em contacto com o MMI, de forma a adicionarem os seus dados à plataforma.