O Museu do Xadrez, inaugurado há oito meses no Casulo de Malhoa, em Figueiró dos Vinhos, distrito de Leiria, ambiciona novas instalações para poder mostrar todo o acervo de que dispõe, a maioria cedido por particulares.
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"Temos muitas peças, algumas do município, outras oferecidas e outras por empréstimo, que gostaríamos de expor, mas as limitações de espaço impedem-no e temos pena que tal não possa suceder", disse à agência Lusa a vice-presidente da Câmara de Figueiró dos Vinhos, Marta Brás.
A responsável reconheceu que se torna difícil ampliar o espaço onde está o museu devido à necessidade de manter as características e identidade do Casulo, a moradia mandada construir em 1895 pelo pintor José Malhoa, e adquirida e recuperada pelo município.
"Mas estamos a avaliar a situação e a estudar a transferência para outro local da vila, embora o processo ainda se encontre numa fase embrionária", adiantou Marta Brás, salientando, contudo, que este é um objetivo para o atual mandato.
Referindo que a concretização do Museu do Xadrez é "mérito do anterior executivo", a vereadora com o pelouro da cultura defendeu a necessidade de o potenciar num concelho onde a modalidade tem tradição.
"O interesse das pessoas pelo museu é muito, não há outro de xadrez no país", afirmou Marta Brás, reconhecendo que tal se deve, também, ao conjunto museológico onde se insere, numa alusão, além do Casulo, ao Museu e Centro de Artes.
O Museu do Xadrez foi inaugurado a 26 de julho de 2013, ocupando duas salas -- denominadas Álvaro Gonçalves (que foi vice-presidente da câmara e era grande aficionado da modalidade) e João Rocha (um dos impulsionadores do xadrez no concelho) - onde estão mais de uma centena de peças, das cerca de 300 de que dispõe a autarquia.
Nascido para preservar objetos ligados à atividade, mas também para a valorizar e divulgar, o espaço, que já soma cerca de dois mil visitantes, apresenta diversos tabuleiros de xadrez em vários materiais -- pedra de sabão, metal, madeira ou plástico - e formas, dos mais clássicos aos bonecos do Dragon Ball ou os alusivos ao Harry Potter.
Um tabuleiro de xadrez para ser jogado por três pessoas ou os boletins de marcação de jogadas feitas por correspondência, mas também cartazes, fotografias, selos, postais ou livros são outros dos elementos que "decoram" o museu, que teve como comissários os xadrezistas António Curado e Carlos Dias e que se encontra referenciado no sítio da Internet da Federação Internacional de Xadrez.
"Para quem gosta de xadrez, olhar um painel, um poster, uma fotografia, até um papel de marcação de jogada é interessante", declarou Fernando Pires, o responsável pela área da cultura quando o museu foi inaugurado, destacando a importância do espaço: "Vermos reunido algo da história do xadrez em Portugal, que é uma atividade intelectual também, que deveria ser até mais acarinhada em termos do ensino público, permite memorizar algo que faz parte da nossa coletividade, da nossa vivência".
Para já, em julho, está prevista a renovação da exposição: "Contamos fazer a alteração quando o museu fizer um ano, a alteração das peças, uma remodelação, ter uma disposição nova, também para não criar uma grande rotina e para termos outra atratividade", acrescentou o coordenador do gabinete de cultura e turismo da câmara, Bruno Batista.