<p>O Executivo liderado por Joaquim Cracel anunciou o propósito de abandonar o projecto NaturParque de Vilarinho das Furnas, por considerar tratar-se de um "grande esforço financeiro não se antevendo que da sua implementação resulte um retorno efectivo para o Município".</p>
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Joaquim Cracel sustenta a sua tese no facto de entender que "a prática de mergulho seria só para alguns e a aquisição de uma embarcação com fundo de vidro para observação subaquática da aldeia afundada de Vilarinho da Furna, não só representaria um forte investimento por parte do Município, não obstante este projecto pudesse vir a ser comparticipado até setenta e cinco por cento, como também os encargos futuros com pessoal, seguros, manutenção representariam mais uma despesa difícil de suportar".
Segundo argumenta Joaquim Cracel, o município apresenta necessidades prioritárias, como por exemplo no apoio social.
Na última Assembleia Municipal foi recomendado ao edil que fosse feita a reavaliação deste projecto, tendo para o efeito sido constituída uma comissão em que terão assento a Câmara Municipal, o PSD, o PS, os autarcas de Brufe e Campo de Gerês.
Quem garante a continuidade do projecto, independentemente do apoio camarário, é o presidente da associação A Furna. Manuel Antunes insurge-se contra a tomada de posição do edil e vai mais longe: "que não pense que vai desviar os 1,2 milhões de euros para fazer rotundas".
Seja como for, A Furna pretende avançar com o projecto, mas lembra que "a Câmara tem responsabilidades. Se quero continuar a ter a Câmara como parceiro é que já tenho dúvidas, pois se não cumpre uma obrigação com o Estado que já avançou com o dinheiro, como irá cumprir com uma associação?"
Este sociólogo garante que o projecto do parque subaquático e tudo o que envolve "não custa rigorosamente nada à Câmara" e lembra o autarca que, para investimentos na área social "existem outros projectos aos quais se pode candidatar".
A abertura do primeiro museu subaquático do mundo estava prevista para o final de 2011, mas a actividade desenvolvida no local é intensa, com protocolos firmados pela A Furna com associações de mergulhadores de todo o país que, através da cobrança de entradas, garante a manutenção do estradão de acesso.