Após dois anos sem celebrar o São Pedro, a vila piscatória da Afurada, em Gaia, tem este sábado um dia em grande, com o aguardado fogo de artifício. No domingo, a procissão também vai juntar milhares.
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"As pessoas estão com fome de festas". Na Afurada, em Gaia, a constatação é transversal a todos, desde moradores a feirantes, passando pelos empresários locais da restauração. Os festejos do São Pedro estão de volta, após dois anos de jejum devido à pandemia. Todas as noites, desde o dia 23, têm sido de romaria até à vila piscatória e o movimento promete continuar até segunda-feira.
Este fim de semana, o programa é aliciante. A par do cartaz musical, no sábado, quando os ponteiros do relógio assinalarem a meia-noite, terá início o majestoso fogo de artifício. "Para mim, é melhor do que o do São João", opina Gilberto Macedo, vice-presidente da Comissão de Festas. No domingo também são esperadas milhares de pessoas, com a missa, de manhã, e a procissão, à tarde.
Maria João Rola, de 65 anos e nascida na Afurada, diz que a "festa não pode acabar" e que o "povo é muito hospitaleiro". Realça que é um "grande orgulho" celebrar o São Pedro. As ruas estão enfeitadas e o ambiente é de convívio. A avó Maria João Rola tem o exterior da casa decorado em tons azuis e brancos e o neto, Pedro, expõe no passeio a cascata com várias figuras, num hábito que já leva uma dezena de anos. Quem passa, gosta do que vê e pode deixar uma moeda.
Para o negócio da restauração, a coincidir com a chegada do verão, a época é boa. "Os estrangeiros ficam encantados", afiança Carlos Sequeira, da Taberna do São Pedro, adiantando que a "sardinha é o prato forte".
Entre os feirantes também há satisfação. Carla Beleza, do Luky Luke, um stand de jogos de setas e bolas, onde os prémios são bonecos de peluche, refere que o balanço é "positivo". Não faltam, igualmente, as farturas e os matraquilhos. Para os foliões, a oferta é variada.
Este sábado, a música estará a cargo dos Sangre Ibérico, a partir das 22 horas. Após a pirotecnia subirá ao palco Carolina Deslandes. No domingo, a noite será abrilhantada pelos Banda Lusa. Na segunda-feira, a finalizar a programação, atua o Augusto Canário. Para ajudar no acesso, foi retomada a ligação fluvial entre o Cais do Ouro (Porto) e a Afurada.
"Quem der mais dinheiro é quem leva o andor. Este ano será o [restaurante] Armazém do Peixe. Estão convidadas 40 pessoas para o levar", diz Gilberto Macedo, vice da Comissão de Festas e gerente na empresa Armazém do Peixe. "Em nossa casa é
uma grande festa. No domingo fazemos um almoço e juntamos a família. Também vêm os amigos e o dia é passado a petiscar", salienta, por sua vez, a moradora Maria João Rola.
"Os jogos tradicionais atraem gente de todas as idades, sobretudo a juventude. O São Pedro da Afurada é uma boa romaria. Tem muita afluência", conclui a feirante Carla Beleza.