“Não o vi saltar”. Menino de quatro anos escapou ao pai e foi encontrado morto nas piscinas
Num piscar de olhos, o pequeno Gabriel, de quatro anos, escapou ao pai Gilberto Menezes no Parque Zeca Afonso, na Moita, e esteve desaparecido durante cinco horas até ser encontrado, no sábado à noite, sem vida, no fundo das piscinas municipais da Baixa da Banheira, que se encontram fechadas para manutenção.
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O menino terá saltado um muro alto e a vedação e terá tirado a roupa, antes de entrar na água. A Polícia Judiciária de Setúbal está a investigar o caso, mas o JN apurou que não há indícios de crime.
O menino, que reside no Vale da Amoreira, passou com o pai pelo parque ribeirinho da Baixa da Banheira, no concelho da Moita, para comprar um gelado no restaurante As Piscinas. Faltavam poucos minutos para as 17 horas quando o progenitor encontrou dois amigos no jardim.
"Vim comprar um gelado com ele e íamos para casa. Encontrei dois amigos e fui falar com eles um bocadinho. Ele começou a correr para o portão”, conta, em declarações à SIC, Gilberto Menezes, que foi atrás do menino, mas perdeu-lhe o rasto. “Percorri o parque todo”, afiança.
As buscas foram feitas com a ajuda de populares. Como o paradeiro de Gabriel continuava desconhecido, a família acabou por informar, pelas 19.20 horas de sábado, a PSP do Barreiro, que mobilizou vários meios para o local.
“Eu não o vi saltar”
A descoberta trágica foi feita por populares cerca das 22 horas. Tendo ouvido dizer que o menino queria dar um mergulho nas piscinas, um homem acabou por saltar o muro, que separa o parque do complexo, e descobriu as roupas do Gabriel no chão. As águas estavam turvas, mas, ao entrar no tanque, encontrou o corpo da criança afogada. “Eu não o vi saltar”, garante Gilberto.
Ao quartel dos Bombeiros Voluntários da Moita, chegou um alerta via 112 a solicitar assistência para uma criança em paragem cardiorrespiratória no interior do complexo das piscinas municipais da Baixa da Banheira. Os agentes da PSP realizaram manobras de reanimação até à chegada dos bombeiros e do carro médico do INEM, mas os esforços das equipas de socorro não conseguiram reverter a situação. "Utilizámos todas as manobras possível e não conseguimos reverter. Foi declarado o óbito no local”, assinala fonte da corporação da Moita.
O presidente da Câmara da Moita, Carlos Albino, já lamentou o afogamento da criança e endereçou os sentimentos à família. O autarca especificou que as piscinas municipais se encontram fechadas ao público e que têm várias vedações. Aliás, entre o restaurante e o complexo, existe um muro alto.
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