Eram uns 30 jovens cheios de vontade de fazer coisas, na ressaca de um 25 de Abril que lhes trouxe essa liberdade. A Nascente - Cooperativa de Ação Cultural, de Espinho, comemorou 40 anos e daquele início feliz, em maio de 1976, traz ainda consigo o Cinanima - Festival Internacional de Cinema de Animação (o mais antigo festival de cinema em atividade do país), o Teatro Popular de Espinho e o jornal local "Maré Viva", a que se juntam novas atividades.
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"A Nascente foi um movimento criativo forte, surgido na alteração social, política e cultural que se vivia na altura. Foi uma grande escola. Aprendíamos com alguns mestres, em formações pontuais, e depois uns com os outros", recorda António Santos, cofundador e atual presidente da cooperativa. A fotografia analógica, o centro de estudos para os exames dos liceus e o coro popular também nasceram com a Nascente, que ao longo dos tempos foi renovando algumas atividades. Nos anos 80, surgiu o clube de jovens "Tubo de Ensaio" e nos 90 a "Esquina do Moderno", um espaço de intervenção cultural.
Atividades diversas
Hoje dinamiza outras iniciativas, o que tem permitido uma curva ascendente na captação de sócios (em vias de dobrar, para 600, os números de há quatro anos), importante fonte de financiamento, que afirma uma "boa fase" da cooperativa, ainda que vivam "sempre com o credo na boca".
O Encontro Nacional de Pintores de Cavalete vai para a segunda edição, a 25 de junho. Organizam saídas culturais (Outros Palcos), encontros animados com a terceira idade (Conviver) e o programa Animartes, com danças (como hip-hop, oriental, de salão), treino funcional, ioga, ateliê de cerâmica e workshops pontuais. "Percebemos que havia essa procura e já temos cerca de 200 participantes, no Animartes", diz a diretora Maria Viseu.
No ano passado, perderam o histórico diretor do Cinanima António Gaio, aos 90 anos, mas o festival está a crescer. Segundo a organização, em 2015 houve cerca de 12 500 espectadores (incluindo sessões pontuais), em 2014 foram 10 mil.