Na Assembleia Municipal de Vila do Conde, a discussão das Contas de 2021 da Câmara foi atribulada: a NAU abandonou a sala sem poder falar e o PS levou legos para explicar o alegado "buraco" nas finanças da autarquia.
Corpo do artigo
Receitas previstas de 15,6 milhões, efetivamente cobrados oito milhões, um "inegável buraco" de 7,6 milhões. É assim que o PS vê as contas da Câmara de Vila do Conde e, para facilitar a explicação, João Fonseca levou legos à Assembleia Municipal.
A NAU recusou votar e acabou excluída da discussão, mas, no final, explica: "90% de execução na receita, 80% na despesa, 11,2 milhões de investimento, um saldo transitado de 7,2 milhões, nenhum buraco". Nuno Maia, do PSD, diz que, tal como os legos, os números também dão para "montar" de várias maneiras e aconselha: menos "trocas de galhardetes" sobre o passado, mais discussão sobre o futuro.
"Não querem votar, não discutem. O ponto é "Apreciação e votação"". A deliberação da presidente da mesa, Ana Luísa Beirão, deixou estupefacta a bancada da NAU. O movimento independente de Elisa Ferraz já se tinha recusado a votar as contas no executivo. Preparava-se para repetir, mas antes queria tecer as suas críticas. Não pôde.
Num comunicado a NAU, acusa Ana Luísa Beirão de uma decisão "autoritária" e fala num "atentado à democracia". Quanto à recusa, alega que, ao contrário do que acusou o atual presidente, Vítor Costa, o "buraco" não aparece nas contas e, após a "ameaça pública", a propalada auditoria nunca chegou.
João Fonseca diz que não votar as suas próprias contas - a NAU liderou a Câmara até outubro - "só mostra que, como o PS sempre disse, era um mau orçamento".
O presidente da Câmara, Vítor Costa, lamentou o "momento triste" em que, um conjunto de eleitos, "fogem das suas responsabilidades - representar o povo" e acabou a dar razão a Nuno Maia: "encerra-se um ciclo. Agora é falar do futuro".